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                                                                                          são pedro

 

 

 


                                      

 

                               Igreja Católica

 
 

A Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal" ou "geral"), chamada também de Igreja Católica Romana [1] e Igreja Católica Apostólica Romana [2], é uma Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos[3], colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro. Seu objetivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus, e concede um papel importante nessa missão à pessoa da Santíssima Virgem Maria (a quem intitulou de "Mãe da Igreja")[4][5]. Para este fim, a Igreja Católica administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo.[6] Atua em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo escolas, universidades, hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam famílias, pobres, idosos e doentes.[6]

A Igreja Católica não pensa como uma Igreja entre outras mas como sendo "A Igreja" estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde do simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.

Desde o dia 19 de Abril de 2005, a Igreja Católica é liderada pelo Papa Bento XVI. Nesse mesmo ano, ela contava aproximadamente com 1115 milhões de membros [7] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[8] e mais da metade de todos os cristãos,[9]), distribuídos principalmente na Europa e nas Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.

A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé, possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das suas 23 Igrejas autónomas e a maior de todas elas [10][11][12].

História

A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga instituição ainda em funcionamento. Sua história é integrante à História do Cristianismo e a história da civilização ocidental.[13].

Doutrina

Segundo o Catecismo de São Pio X, a doutrina católica "é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação" e da vida eterna [14]. "As partes principais e mais necessárias da Doutrina [...] são quatro: o Credo, o Pai-Nosso, os Mandamentos e os Sacramentos" [15][16].

A Igreja Católica acredita que todas as coisas que ela acredita foram sendo gradualmente reveladas por Deus através dos tempos (nomeadamente ao longo do Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus Cristo (que anunciou definitivamente o Evangelho à humanidade) [17], que é considerado pelos católicos e cristãos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade [18][19].

Mas, a definição e compreensão da doutrina católica (que é baseada na Revelação divina) é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação e sempre orientada pelo Magistério da Igreja. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de desenvolvimento da doutrina [20]. Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição [21]. A doutrina católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno-Constantinopolitano e também em variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no Catecismo da Igreja Católica (CIC) e no seu Compêndio (CCIC) [22].

Dogmas e Santíssima Trindade

O Cristograma com uma coroa de flores simbolizando a vitória da Ressurreição.

Com os seus estudos teológicos, a Igreja vai-se gradualmente instituindo os seus dogmas, que é a base da sua doutrina, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem Maria) proclamado solenemente apenas em 1950, pelo Papa Pio XII. Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que, não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em essência, só existe um Deus) e trino (porque está pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas" [23].

Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus, o Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito Santo [23].

Jesus, a salvação e o Reino de Deus

Ver artigos principais: Jesus, Salvação e Reino de Deus.
A crucificação e morte redentora de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar toda a Humanidade.

Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai [24], ele encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação à humanidade inteira, "ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)" [25]; e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus" [26]. Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como Deus [27].

O dogma cristológico ensina que Jesus é a encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Messias, Salvador e Bom Pastor da Humanidade [28]. Ele é também «o Filho Unigénito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o único e verdadeiro Sumo Sacerdote [29] e Mediador entre os homens e Deus Pai, chegando mesmo a afirmar que "«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)" [30].

Nas suas muitas pregações, Jesus, ao anunciar o Evangelho, ensinou as bem-aventuranças e insistiu sempre «que o Reino de Deus está próximo» (Mt 10,7). Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a em Deus podem salvar os homens [31]. Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é a sua semente. No Reino de Deus, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus [32].

A doutrina católica professa também que a salvação do Homem deve-se, para além da graça divina, ao voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus na cruz. Este supremo sacrifício deve-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade [33][34]. Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a liberdade humana, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador [35][36].

Esta fé cristã "opera pela caridade" ou amor (Gal 5,6), por isso ela obriga o crente a converter-se e a levar uma vida de santificação. Este modo de viver obriga o católico a participar e receber os sacramentos e a "conhecer e fazer a vontade de Deus" [37]. Este último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas obras e também das regras de vida propostas pela Igreja Católica [16][38][39]. Estes mandamentos de amor consistem em amar a Deus acima de todas as coisas (Mt 22,37), amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22,39) e amar uns aos outros como Eu vos amei (Jo 15,10). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mt 22,40) [40]. No fundo, a vida de santificação proposta pela Igreja tem por finalidade e esperança últimas à salvação [41] e à implementação do Reino de Deus [32][42].

A Igreja ensina também que todos os não-católicos que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade", podem conseguir a salvação [43].

Eclesiologia

Ver artigos principais: Igreja, Eclesiologia e Quatro marcas da Igreja.
A Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino de Deus" (cf. Mt 16, 17-20).

A Igreja Católica define-se pelas palavras do Credo Niceno-Constantinopolitano, como:

  • «santa» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "o Espírito Santo vivificou-a com a caridade" e porque ela é a "Esposa de Cristo"; também porque ela, através dos sacramentos, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de santificação, cujo objectivo final é a salvação, que consiste na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e na obtenção da santidade [45].
  • «católica» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo [46][47].
  • «apostólica» porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura [48]. Segundo a Doutrina Católica, todos os Bispos da Igreja são sucessores dos Apóstolos e o Papa, Chefe da Igreja, é o sucessor de São Pedro ("Príncipe dos Apóstolos"), que é a pedra na qual Cristo edificou a sua Igreja.

Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:

  • <<Corpo de Cristo>> porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia [49]. A Igreja Católica acredita que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do Baptismo - constituindo assim numas das bases do ecumenismo actual. Ela defende também que muitos elementos de santificação e de verdade estão também presentes nas Igrejas e comunidades cristãs que não estão em plena comunhão com o Papa [50].
  • <<Esposa de Cristo>> porque o próprio Cristo "Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus" [51].
  • <<Templo do Espírito Santo>> porque o Espírito Santo reside na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas" [52].

Divergências com as outras Igrejas cristãs

A doutrina da Igreja Ortodoxa é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas diferenças significativas dizem respeito ao filioque, ao entendimento um pouco divergente da salvação e do arrependimento e principalmente à compreensão do papel e função do Papa na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de infalibilidade quando fala ex cathedra.

Em relação às Igrejas protestantes, as diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da Eucaristia, dos outros sacramentos (a maioria dos protestantes só professam o Baptismo e a Eucaristia), à existência do purgatório, à composição do Cânone das Escrituras e ao culto de veneração à Virgem Maria e aos santos. Há também diferenças importantes na doutrina do pecado original e da graça, na necessidade e natureza da penitência e no modo de obter a redenção, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação, mas o diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação, bem como com os anglicanos e outros.

Nas últimas décadas milhares de grupos religiosos têm sido fundados visando atrair sobre si o título de verdadeira e única Igreja de Cristo. A Igreja Católica também reclama para si tal título, alegando que o apóstolo São Pedro foi instituido primeiro Papa pelo próprio Jesus Cristo, tomando como base uma interpretação livre, mas questionável, da Bíblia Sagrada, uma que vez que este livro foi compilado na Igreja Católica.

Dez Mandamentos e a Moral

Existem várias representações dos Dez Mandamentos, que é a base e o mínimo fundamental da Lei moral (ou Lei de Deus), devido à diversidade de traduções existentes. A mais utilizada é aquela ensinada actualmente na catequese de língua portuguesa da Igreja Católica:

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas.
  • 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda.
  • 4º Honrar pai e mãe.
  • 5º Não matar.
  • 6º Guardar castidade nas palavras e nas obras.
  • 7º Não roubar.
  • 8º Não levantar falsos testemunhos.
  • 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias.

Segundo a doutrina católica sobre os Dez Mandamentos, eles são de observância e cumprimento obrigatórios, porque "enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo" e dão a conhecer também a vontade divina sobre a conduta moral dos homens [53].

Sacramentos

O baptismo de uma criança.

Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus, são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a graça santificadora sobre quem os recebe. Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos»" [54].

Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do Espírito Santo, "o perdão dos pecados, [...] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a ". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica [55]. Ao todo, a Igreja Católica tem sete sacramentos:

  • Baptismo é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o baptismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmulta: "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o baptismo será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que complete os rituais do sacramento, como a unção com o Crisma e com o óleo dos catecúmenos).
  • Confissão, Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus).
  • Eucaristia (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra e renova o mistério pascal de Cristo, actualizando e renovando assim a salvação da humanidade [56]. Por isso, recebe também o nome de Santíssimo Sacramento. Este sacramento está associado também à transubstanciação, que é a crença de que, após a consagração, o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, sob as aparências de pão e vinho.
  • Na Confirmação ou Crisma, o Espírito Santo, que é recebido no baptismo é "fortalecido e aprofundado" [57] através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do Crisma. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do Crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo.
  • Sagrado matrimónio é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um homem e uma mulher, constituindo assim uma família. Segundo a tradição católica, com base no Evangelho de São Marcos, o casamento é indissolúvel. Só é permitido um segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especias de nulidade do casamento.
  • As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o clero, através da consagração das mãos com o santo óleo do Crisma e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um voto de castidade enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde o Concílio Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de sacerdote e o de bispo.
  • A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o viático para a hora da morte.

Cinco Mandamentos da Igreja Católica

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja Católica (não confundir com os Dez Mandamentos da Lei de Deus), na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo "dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, uma contribuição segundo as possibilidades de cada um, e não uma taxação ou imposto sobre os rendimentos.

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja são:[58]

  1. Participar na Missa, aos domingos e festas de guarda e abster-se de trabalhos e actividades que impeçam a santificaçãodesses dias.
    Os dias santos de guarda ou preceito que podem não ser no domingo são dez:[59] [nota 1]
    1 de Janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;
    6 de Janeiro - Epifania
    19 de Março - Solenidade de São José
    Ascensão de Jesus (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa)
    Corpus Christi (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade)
    29 de Junho - Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
    15 de Agosto - Assunção de Maria
    1 de Novembro - Dia de Todos-os-Santos
    8 de Dezembro - Imaculada Conceição de Maria
    25 de Dezembro - Natal
  2. Confessar os pecados ao menos uma vez cada ano.
  3. Comungar o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa.
  4. Guardar a abstinência e jejuarnos dias determinados pela Igreja:
    Dias de jejum: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.[60]
    Dias de abstinência de carne ou de qualquer outra comida determinada pela conferência episcopal: todas as sextas-feiras, principalmente as da Quaresma, a não ser que uma solenidade seja numa sexta-feira.[60]
  5. Contribuir para as necessidades materiais da Igreja, segundo as possibilidades.

Estrutura e cargos

Bento XVI, o actual Papa e sucessor do Apóstolo São Pedro.

A Igreja Católica tem uma estrutura altamente hierarquizada, sendo o seu Chefe o Papa. A expressão "Santa Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no governo de toda a Igreja.

A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

  • Presbíteros ou Padres são os colaboradores dos bispos e só têm um nível de jurisdição parcial sobre os fiéis. Alguns deles lideram as paróquiasda sua diocese.
    • Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais.

Todos os ministros sagrados supra-mencionados fazem parte do clero. A Igreja acredita que os seus clérigos são "ícones de Cristo" [63], logo todos eles são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua forma humana, também é homem [64]. Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente [65]. Exceptuando em casos referentes aos diáconos e a padres ordenados pelas Igrejas orientais, todo o clero católico é celibatário [66]. Os clérigos são importantes porque efectuam exclusivamente determinadas tarefas, como a celebração da Missa e dos sacramentos.

Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e Acólito. Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o sacerdócio, é preciso ao católico receber o sacramento da Ordem. Desde o Concílio Vaticano II, os leigos tornaram-se cada vez mais importantes no seio da vida eclesial e gozam de igualdade em relação ao clero, em termos de dignidade, mas não de funções [67].

Dentro da Igreja, existem um grupo de leigos ou de clérigos que decidiram tomar uma vida consagrada e normalmente agrupam-se em ordens religiosas, congregações religiosas ou em institutos seculares, existindo porém aqueles que vivem isoladamente ou até junto dos não-consagrados. Estes movimentos apostólicos têm a sua própria hierarquia e títulos específicos.

Culto e prece

Ver artigos principais: Culto cristão e Oração.
Procissão de Nosso Senhor dos Passos: uma das inúmeras expressões de piedade popular.

Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (latria), existe também o culto de veneração aos Santos (dulia) e à Virgem Maria (hiperdulia). Estes dois cultos, sendo a latria mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da liturgia, que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da piedade popular, que é o culto privado dos fiéis [68][69].

Dentro da liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas de guarda) e a Liturgia das Horas; enquanto que na piedade popular, destacam-se indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas. Apesar de a piedade popular ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos [68][69]. As principais devoções católicas são expressas em "fórmulas de orações" a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), à Virgem Maria e aos Santos (novenas, trezena, Santo Rosário...); em "peregrinações aos luga­res sagrados"; na veneração de medalhas, estátuas, relíquias e imagens sagradas e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria; em procissões; e em outros "costumes populares" [70].

Liturgia

Ver artigos principais: Liturgia católica, Missa e Liturgia das Horas.

O ato de prece mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a liturgia Eucarística, normalmente chamada de Missa. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração oficial e pública do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal". Através dela, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção" [71]. Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos sete sacramentos [68][69], com particular para a Eucaristia, que renova e perpetua "o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus. Por isso, toda a missa centra-se na Eucaristia, porque ela "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume [72].

Jesus, como Cabeça, celebra a liturgia com os membros do seu Corpo, ou seja, com a sua "Igreja celeste e terrestre", constituída por santos e pecadores, por habitantes da Terra e do Céu [71][73]. Cada membro da Igreja terrestre celebra e actua na liturgia "segundo a sua própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual [...]; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça", representando-O no altar. Daí que só os clérigos (exceptuando os diáconos) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da hóstia [74]. Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à Tradição católica, com os vários povos e culturas. Isto constitui uma das razões pela existência das 23 Igrejas sui juris que compõem a Igreja Católica [75].

A missa é celebrada todos os domingos; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono (que lêem sempre as leituras do Evangelho). Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um clérigo. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.

Além da missa, a Liturgia das Horas também é extremamente importante na vida eclesial, porque ela é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta oração consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A Liturgia das Horas, que é uma antecipacão para a celebração eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar, as diversas devoções católicas, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.

Organização por região

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (chamada eparquia nas Igrejas orientais católicas). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, que deriva do termo cátedra (ou cadeira do bispo), que é um dos símbolos principais do seu cargo episcopal. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo (ou eparca) exerce aquilo que é conhecido como poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades eclesiásticas, um bispo tem uma autonomia relativamente grande na administração de uma diocese ou eparquia. Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários ou diocesanos (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas, chamados normalmente de Ordinariato Militar, e são governados por bispos.

Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como províncias eclesiásticas, cada uma das quais é chefiada por um arcebispo metropolitano. Logo, estes arcebispos exercem uma jurisdição e supervisão limitada sobre as dioceses que fazem parte da sua província eclesiástica. Existem também as conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. Porém, a autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no documento Christus Dominus, do Concílio Vaticano II.

As dioceses ou eparquias são subdivididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na sua paróquia. As paróquias são em grande medida autossuficientes e são administradas por um presbítero (o pároco); uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada de "missão".

Para além da sua vasta hierarquia, a Igreja Católica sustenta muitos grupos de monges e frades, não necessariamente ordenados, e religiosas que vivem vidas consagradas, especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.

Igrejas sui juris e seus ritos litúrgicos

A Igreja Católica é actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. A maior de todas elas é a Igreja Católica Latina. As restantes 22 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que pode ser um Patriarca, um Arcebispo maior ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico latino.

As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas de ritos. Os ritos litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe). Antigamente havia muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.

Historicamente, a forma da Missa usada no Rito Romano de 1570 até 1970 (a "Missa Tridentina") era conduzido, na maioria dos países, inteiramente em Latim eclesiástico. Porém, o Concílio Vaticano II (1962-1965) promulgou uma grande revisão do Missal Romano, que agora é celebrada com o padre a voltar para a assembleia (ou o povo), ficando entre eles o altar, e em todos os países na sua língua vernacular (local), além do Latim. Mas, devido às pressões dos católicos tradicionalistas, a partir de 7 de Julho de 2007, através da carta apostólica "Summorum Pontificum", o Papa Bento XVI autorizou os padres a celebrar novamente a Missa Tridentina em latim a pedido dos fiéis.

O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a Divina Liturgia, é conduzido em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavo eclesiástico, o árabe, o romeno, o georgiano e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco e o árabe; a Igreja de Rito Arménio usa o arménio; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o copta e o ge'ez.

Actualmente, a esmagadora maioria dos católicos são de rito latino. Os católicos orientais totalizam somente 16 milhões [76].

 

 

Igreja Católica no mundo contemporâneo

Percentagem de católicos no mundo.

██ 90%-100%

██ 80%-90%

██ 70%-80%

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██ 30%-40%

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██ 0%-10%

██ Não-disponível

Na sociedade ocidental, mas não ao nível mundial, a Igreja Católica, como muitas outras denominações cristãs, assistiu a um rápido declínio na sua influência global no fim do século XX. Crenças doutrinárias rígidas em matérias relacionadas com a sexualidade humana são pouco atraentes num mundo ocidental secularizado onde a diversidade de práticas sexuais e a igualdade dos sexos são norma.

A Igreja Católica Apostólica Romana, anteriormente influente nesta parte do globo terrestre, perdeu muita da sua influência, principalmente em lugares onde em tempos desempenhou um papel de primeira importância, como o Quebec, a Irlanda ou a Espanha. A generalidade população abraçou a ideia do secularismo e tentou diminuir a influência da Igreja na sociedade. Ao mesmo tempo, no entanto, o Catolicismo, principalmente o latino, vem experimentando uma dramática adesão em África e em partes da Ásia. Ao passo que em tempos os missionários católicos romanos oriundos do Ocidente serviam como padres em igrejas africanas, em finais do século XX havia um número crescente de países ocidentais que já recrutavam padres africanos para contrabalançar a redução nas suas próprias vocações.

Críticas e controvérsias

Martinho Lutero, um grande crítico da Igreja Católica e o Pai da Reforma Protestante [77].

A Igreja Católica, é uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Simultaneamente, ela é uma das mais controversas, porque ela "revela-se muitas vezes [...] em oposição ao que parece ser o conhecimento vulgar dos nossos tempos" e porque ela insiste sempre que "a envolve verdades, que essas verdades envolvem obrigações e que essas obrigações exigem certas escolhas". Por essa razão, a Igreja Católica, "vista do exterior, [...] pode parecer de vistas curtas, mal humorada e atormentadora - o pregador azedo de um infinito rosário de proibições" [78].

Historicamente, as críticas à Igreja Católica já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes consequências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo [77].

Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à hiperdulia, à dulia, à ética católica sobre o casamento (que não aceita o divórcio), sobre a Vida (que não aceita o aborto, a eutanásia, o uso de contraceptivos artificiais e a utilização de células-tronco embrionárias para fins científicos) e sobre a sexualidade (que não aceita o sexo pré-marital, a homossexualidade e o uso de preservativos). Estas questões ético-morais continuam a gerar muitas polémicas e controvérsias [79][80][81]. As acções escandalosas e imorais, que vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex: abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica) reforçaram as críticas referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral.[82][83][84]

Nos tempos modernos, a própria crença em Deus e as inúmeras regras ético-morais da Igreja são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a verdadeira libertação, progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da Bíblia, a vida de Jesus (com particular destaque às teorias sobre Maria Madalena [85]) e a paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do mal e do sofrimento são também questionadas [81]. Recentemente, a questão teológica da "unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]" [86] e a definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo [87] continuam a suscitar várias polémicas e desentendimentos [88]. Apesar destas duas crenças, a doutrina católica nunca negou a salvação aos não-católicos.

Galileu Galilei, um dos símbolos do confronto entre a Igreja Católica e a Ciência.

Questões mais disciplinares da Igreja, como a hierarquia católica, o celibato clerical e a proibição da ordenação sacerdotal às mulheres são também temas muito debatidos na actualidade [81]. Outras controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e actual caso do abuso sexual das crianças por padres [89], as históricas acções opressoras e violentas das Cruzadas e da Inquisição (que perseguiu os hereges, os judeus e alguns cientistas), o seu suposto envolvimento com os regimes não-democráticos e as acções "desatinadas" de alguns missionários católicos durante o período colonial na África, na Ásia e na América [90].

A relação entre a Igreja e a Ciência não foi fácil e está recheada de controvérsias passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias (ex: os casos famosos de Galileu Galilei e do evolucionismo darwiniano). Apesar de a Igreja defender, a partir do século XX, uma reconciliação com a Ciência [90] (aceitando, como por exemplo, a possível veracidade das teorias do Big-Bang e do evolucionismo [91]), ambas as partes continuam a discordarem-se em questões mais teológicas relacionadas com a infalibilidade e a autenticidade da Revelação divina contida nas Escrituras e na Tradição oral; com a negação da existência de Deus e da alma (e da sua imortalidade); com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações éticas da clonagem, da contracepção ou fertilização artificiais, da manipulação genética e do uso de células-tronco embrionárias na investigação científica [92][93].

Algumas das controvérsias já actualmente resolvidas foram, em parte, solucionadas através do reconhecimento por parte da Igreja Católica de que erros graves foram cometidos pelos seus membros. No Jubileu do ano 2000, a Igreja pediu perdão pelos actos que considerou errados cometidos pelos seus membros

 

                                                              martim lutero

 

 

                                                            

 

 
 
 
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Martinho Lutero

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Martinho Lutero (Eisleben, 10 de novembro de 1483 - 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia alemão figura central da Reforma Protestante. Veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador.

Lutero ensinava que a salvação não se consegue apenas com boas ações, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada[1] e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo.[2] Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.

Sua tradução da Bíblia em outros idiomas que não o latim) fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir[3], e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James.[4] Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas.[5] Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.[6]

Em seus últimos anos, Lutero tornou-se algo antissemita, chegando a escrever que as casas judaicas deveriam ser destruídas, e suas sinagogas queimadas, dinheiro confiscado e liberdade cerceada. Essas afirmações fizeram de Lutero uma figura controversa entre muitos historiadores e estudiosos.[7]

Índice

[esconder]

[editar] Primeiros anos de vida

Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther ou Luder, era filho de Hans Luther e Margarethe Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcionário público, melhorando, assim, as condições da família. Com esse objetivo, enviou o já velho Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e onde recebeu o apelido de O Filósofo. Ainda na Universidade de Erfurt, estudou a filosofia nominalista de Ockham (as palavras designam apenas coisas individuais; não atingem os “universais”, as realidades presentes em todos os indivíduos, como por exemplo a natureza humana; em consequência, nada pode ser conhecido com certeza pela razão natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa, aquela coisa). Esse sistema dissolvia a harmonia multissecular entre a ciência e a fé que tanto havia sido defendida pela escolástica de "São Jesus Cristo", pois essa filosofia baseava-se unicamente na vontade de Deus. O jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete candidatos[8]. Seguindo os desejos maternos, inscreveu-se na escola de Direito da mesma Universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade com descargas elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, teria, então, gritado: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!"

Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros, com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, a 17 de julho de 1505.[9].

[editar] Vida monástica e acadêmica

Lutero com a tonsura monástica.

O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao próximo através de orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados[10]

Johann von Staupitz, o superior de Lutero, concluiu que o jovem necessitava de mais trabalhos, para afastar-se de sua excessiva reflexão. Ordenou, portanto, ao monge que iniciasse uma carreira acadêmica. Em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, começou a lecionar Teologia na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu bacharelado em Estudos bíblicos a 19 de março de 1508. Dois anos depois, visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado.[11]

Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi "recebido no Senado da Faculdade Teológica" com o título de "Doutor em Bíblia". Em 1515, foi nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios.

Durante esse período, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras - conhecimentos que logo utilizaria para a sua própria tradução da Bíblia.

[editar] A controvérsia acerca das indulgências

Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico III da Saxônia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar.

A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.

Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram afixadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.

As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuição simples e ampla do documento.

[editar] A resposta do Papado

Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião"[12] o Papa Leão X ordenou, em 1518, ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutação acadêmica às suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava as teorias de Lutero como um desvio e uma apostasia.

Lutero replicou de igual forma (academicamente), dando assim início à controvérsia.

Enquanto isso, Lutero tomava parte da convenção dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou até o ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforçar a doutrina e venda e das indulgências, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus", de 1343, do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposição a esta doutrina, Lutero foi qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo os seus pontos de vista, ordenou que ele fosse chamado a Roma, viagem que deixou de ser realizada por motivos políticos.

Lutero, que anteriormente professava a obediência implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Concílio. Também declarava que o papado não formava parte da essência imutável da Igreja original.

Desejando manter relações amistosas com o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcançar uma solução pacífica para o conflito. Uma conferência com o representante papal Karl von Miltitz em Altenburg, em janeiro de 1519, levou Lutero a decidir guardar silêncio, tal qual seus opositores. Também escreveu uma humilde carta ao Papa e compôs um tratado demonstrando suas opiniões sobre a Igreja Católica. A carta nunca chegou a ser enviada, pois não continha nenhuma retratação; e no tratado que compôs mais tarde, negou qualquer efeito das indulgências no Purgatório.

Quando Johann Ecko desafiou um colega de Lutero, Andreas Carlstadt, para um debate em Leipzig, Lutero juntou-se à discussão (27 de junho-18 de julho de 1519), no curso do qual negou o direito divino do solidéu papal e da autoridade de possuir o as chaves do Céu que, segundo ele, haviam sido outorgadas apenas ao próprio Apóstolo Pedro, não passando para seus sucessores.[13][14] Negou que a salvação pertencesse à Igreja Católica ocidental sob a autoridade do Papa, mas que esta se mantinha na Igreja Ortodoxa, do Oriente. Depois do debate, Eck afirmou que forçara Lutero a admitir a semelhança de sua própria doutrina com a de João Huss, que havia sido queimado na fogueira da Inquisição. Alguns meses após a chegada dos cardeais vindos de Roma, Martinho Lutero, monge da Igreja Católica, doutor em Humanidades pela Universidade de Erfurt e professor da Universidade de Wittenberg.

[editar] Aumenta a cisão

[editar] Lutero durante os acontecimentos

Martinho Lutero.

Não parecia haver esperanças de entendimento. Os escritos de Lutero circulavam amplamente, alcançando França, Inglaterra e Itália, em 1519, e os estudantes dirigiam-se a Wittenberg para escutar Lutero que, naquele momento, publicava seus comentários sobre a Epístola aos Gálatas e suas "Operationes in Psalmos" (Trabalho nos Salmos).

As controvérsias geradas por seus escritos levaram Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo, e o seu "Sermão sobre o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas Irmandades", ampliou o significado da Eucaristia para incluir também o perdão dos pecados e ao fortalecimento da fé naqueles que a recebem. Além disso, ele ainda apoiava a realização de um concílio a fim de restituir a comunhão.

O conceito luterano de "igreja" foi desenvolvido em seu "Von dem Papsttum zu Rom" (Sobre o Papado de Roma), uma resposta ao ataque do franciscano Augustin von Alveld, em Leipzig (junho de 1520). Enquanto o seu "Sermon von guten Werken" (Sermão das Boas Obras), publicado na primavera de 1520, era contrário à doutrina católica das boas obras e dos atos como meio de perdão, mantendo que as obras do crente são verdadeiramente boas, quer para o secular como para o clérigo, se ordenadas por Deus.

[editar] Os tratados de 1520

[editar] A Nobreza alemã

A disputa havida em Leipzig, em 1519, fez com que Lutero travasse contato com os humanistas, especialmente Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã, que por sua vez também influenciara ao nobre Franz von Sickingen. Von Sickingen e Silvestre de Schauenbur queriam manter Lutero sob sua proteção, convidando-o para seus castelos na eventualidade de não ser-lhe seguro permanecer na Saxônia, em virtude da proscrição papal.

Sob essas circunstâncias de crise, e confrontando aos nobres alemães, Lutero escreveu "À Nobreza Cristã da Nação Alemã" (agosto de 1520), onde recomendava ao laicado, como um sacerdote espiritual, que fizesse a reforma requerida por Deus, mas abandonada pelo Papa e pelo clero. Pela primeira vez Lutero referiu-se ao Papa como o Anticristo[15].

As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas também aos abusos eclesiásticos:

  • a diminuição do número de cardeais e outras exigências da corte papal;
  • a abolição das rendas do Papa;
  • o reconhecimento do governo secular;
  • a renúncia da exigência papal pelo poder temporal;
  • a abolição dos Interditos e abusos relacionados com a excomunhão;
  • a abolição das peregrinações nocivas;
  • a eliminação dos excessivos dias santos;
  • a supressão dos conventos para monjas, da mendicidade e da suntuosidade; a reforma das universidades;
  • a ab-rogação do celibato do clero;
  • a união dos boêmios;
  • e, finalmente, uma reforma geral na moralidade pública.

Muitas destas propostas refletiam os interesses da nobreza alemã, revoltada com sua submissão ao Papa e, principalmente, com o fato de terem que enviar riquezas a Roma.

[editar] O cativeiro babilônico

Lutero gerou muitas polêmicas doutrinárias com seu "Prelúdio no Cativeiro Babilônico da Igreja", em especial no que diz respeito aos sacramentos.

  • Eucaristia - apoiava que fosse devolvido o "cálice" ao laicado; na chamada questão do dogma da transubstanciação, afirmava que era real a presença do corpo e do sangue do Cristo na eucaristia, mas refutava o ensinamento de que a eucaristia era o sacrifício oferecido por Deus.
  • Batismo - ensinava que trazia a justificação apenas se combinado com a fé salvadora em o receber; de fato, mantinha o princípio da salvação inclusive para aqueles que mais tarde se convertessem.
  • Penitência - afirmou que sua essência consiste na palavra de promessa de desculpas recebidas com fé.

Para ele, apenas estes três sacramentos podiam assim ser considerados, pois sua instituição era divina e a promessa da salvação de Deus estava conexa a eles. Contudo, em sentido estrito, apenas o batismo e a eucaristia seriam verdadeiros sacramentos, pois apenas eles tinham o "sinal visível da instituição divina": a água no batismo e o pão e vinho da eucaristia. Lutero negou, em seu documento, que a confirmação (Crisma), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a extrema-unção fossem sacramentos.

[editar] Liberdade de um Cristão

Da mesma forma, o completo desenvolvimento da doutrina de Lutero sobre a salvação e a vida cristã foi exposto em "A Liberdade de um Cristão" (publicado em 20 de novembro de 1520, onde exigia uma completa união com Cristo mediante a palavra através da fé, e a inteira liberdade do cristão como sacerdote e rei sobre todas as coisas exteriores, e um perfeito amor ao próximo).

As duas teses que Lutero desenvolve nesse tratado são aparentemente contraditórias, mas, em verdade, são complementares:

  • "O cristão é um senhor libérrimo sobre tudo, a ninguém sujeito";
  • "O cristão é um servo oficiosíssimo de tudo, a todos sujeito".

A primeira tese é válida "na fé"; a segunda, "no amor".

[editar] A excomunhão

A 15 de junho de 1520, o Papa advertiu Lutero, com a bula "Exsurge Domine", onde o ameaçava com a excomunhão, a menos que, num prazo de sessenta dias, repudiasse 41 pontos de sua doutrina, destacados pela Igreja..

Em outubro de 1520, Lutero enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa:

"Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus".

Enquanto isso, um rumor chegara de que Johan Ech saíra de Meissem com uma proibição papal, enquanto este se pronunciara realmente a 21 de setembro. O último esforço de paz de Lutero foi seguido, em 12 de dezembro, da queima da bula, que já tinha expirado há 120 dias, e o decreto papa de Wittenberg, defendendo-se com seus "Warum des Papstes und seiner Jünger Bücher verbrannt sind" e "Assertio omnium articulorum". O Papa Leão X excomungou Lutero a 3 de janeiro de 1521, na bula "Decet Romanum Pontificem".

A execução da proibição, com efeito, foi evitada pela relação do Papa com Frederico III da Saxônia, e pelo novo imperador, Carlos I de Espanha (Carlos V de Habsburgo), que julgou inoportuno apoiar as medidas contra Lutero, diante de sua posição face à Dieta.

Castelo Wartburg em Eisenach.

[editar] A Dieta de Worms

O Imperador Carlos V inaugurou a Dieta real a 22 de janeiro de 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus ditos e foi-lhe outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro deslocamento.

A 16 de abril, Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de cópias de seus escritos. Perguntou-lhe, então, se os livros eram seus e se ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para pensar em sua resposta, o que lhe foi concedido. Este, então, isolou-se em oração e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck pediu a Lutero que respondesse explicitamente à seguinte questão:

"Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?"

Lutero, então, respondeu:

"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável."

De acordo com a tradição, Lutero, então, proferiu as seguintes palavras:

"Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude![16]

Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms. Durante seu regresso a Wittenberg, desapareceu.

O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.

[editar] Processo Romano

Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, em 1557

Em Junho de 1518, foi aberto o processo contra Lutero, com base na publicação das suas 95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Nas aulas que ministrava na Universidade de Wittenberg, espiões registravam seus comentários negativos sobre a excomunhão. Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia notória. Lutero foi convidado a ir a Roma, onde teria que desmentir sua doutrina.

Lutero recusou-se a fazê-lo, alegando razões de saúde; e pretendeu uma audiência em território alemão. O seu pedido baseava-se no argumento (Gravamina) da Nação Alemã. Seu pedido foi aceito, ele foi convidado para uma audiência com o cardeal Caetano de Vio (Tomás Caetano), durante a reunião das cortes (Reichstag) imperiais de Augsburg. Entre 12 e 14 de outubro de 1518, Lutero falou a Caetano. Este pediu-lhe que revogasse sua doutrina. Lutero recusou-se a fazê-lo.

Do lado romano, o caso pareceu terminado. Por causa da morte de Imperador Maximiliano I (Janeiro de 1519), houve uma pausa de dois anos no andamento do processo. O Imperador tinha decidido que o seu sucessor seria Carlos (futuro Carlos V). Por causa das pertenças de Carlos em Itália, o papa renascentista Leão X receava o cerco do Estado da Igreja e procurava evitar que os príncipes-eleitores alemães (Kurfürsten) renunciassem a Carlos.

O papel de protetor de Lutero assumido por Frederico, o sábio, levou a que Roma pedisse que Karl von Miltiz intercedesse junto ao príncipe por uma solução razoável. Após a escolha de Carlos V como imperador (26 de junho de 1519), o processo de Lutero voltaria a ser alvo de preocupações e trabalhos.

Em junho de 1520, reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Seguiu-se, então, a ameaça oficial do imperador (Reichsacht).

Notável é, no entanto, que Lutero foi, mais uma vez, recebido em audiência, o que também deixou claras as diferenças entre o papado e o império. Carlos foi o último rei (após uma reconciliação) a ser coroado imperador pelo papa. Nos dias 17 e 18 de Abril de 1521 Lutero foi ouvido na Dieta de Worms (conferência governativa) e, após ter negado a revogação da sua doutrina, foi publicado o Édito de Worms, banindo Lutero.

[editar] Exílio no Castelo de Wartburg

O seqüestro de Lutero durante a sua viagem de regresso da Dieta de Worms foi arranjado. Frederico, o sábio ordenou que Lutero fosse capturado por um grupo de homens mascarados a cavalo, que o levaram para o Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde ele permaneceu por cerca de um ano. Deixou crescer a barba e tomou as vestes de um cavaleiro, assumindo o pseudônimo de Jörg. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua célebre tradução da Bíblia para o alemão.

Martinho Lutero pregando no Castelo Wartburg, quadro de Hugo Vogel.

Com o início da estadia de Lutero em Wartburg, começou um período muito construtivo de sua carreira como reformista. Em seu "Deserto" ou "Patmos" (como ele mesmo chamava, em suas cartas) de Wartburg, começou a tradução da Bíblia, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522.

Em Wartburg, ele produziu outros escritos, preparou a primeira parte de seu Guia para Párocos e "Von der Beichte" (Sobre a Confissão), em que nega a obrigatoriedade da confissão, e admite como saudável a confissão privada voluntária. Também escreveu contra o Arcebispo Albrecht, a quem obrigou, com isso, a desistir de retomar a venda das indulgências. Em seus ataques a Jacobus Latomus, avançou em sua visão sobre a relação entre a graça e a lei, assim como sobre a natureza revelada pelo Cristo, distinguindo o objetivo da graça de Deus para o pecador que, por acreditar, é justificado por Deus devido à justiça de Cristo, pois a graça salvadora reside dentro do homem pecador. Ainda mostrou que o "princípio da justificação" é insuficiente, ante a persistência do pecado depois do batismo - pela inerência do pecado em cada boa obra.

Lutero, amiúde, escrevia cartas a seus amigos e aliados, respondendo-lhes ou perguntando-lhes por seus pontos de vista e respondendo-lhes aos pedidos de conselhos. Por exemplo, Felipe Melanchthon lhe escreveu perguntando como responder à acusação de que os reformistas renegavam a peregrinação e outras formas tradicionais de piedade. Lutero respondeu-lhe em 1 de agosto de 1521:

"Se és um pregador da misericórdia, não pregues uma misericórdia imaginária, mas sim uma verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, deve penitenciar ao pecado verdadeiro, não imaginário. Deus não salva apenas aqueles que são pecadores imaginários. Conheça o pecador, e veja se os seus pecados são fortes, mas deixai que tua confiança em Cristo seja ainda mais forte, e que se alegre em Cristo que é o vencedor sobre o pecado, a morte e o mundo. Cometeremos pecados enquanto estivermos aqui, porque nesta vida não há um só lugar onde resida a justiça. Nós todos, sem embargo, disse Pedro (2ª Pedro 3:13), estamos buscando mais além um novo céu e uma nova terra onde a justiça reinará".
Seu quarto no castelo de Wartburg, em Eisenach.

Enquanto isso, alguns sacerdotes saxônicos haviam renunciado ao voto de castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos. Lutero, em seu De votis monasticis (Sobre os votos monásticos), aconselhava-os a ter mais cautela, aceitando, no fundo, que os votos eram geralmente tomados "com a intenção da salvação ou à busca de justificação". Com a aprovação de Lutero em seu "De abroganda missa privata (Sobre a abrogação da missa privada), mas contra a firme oposição de seu prior, os agostinianos de Wittenberg realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as missas. Sua violência e intolerância certamente desagradaram Lutero que, em princípios de dezembro, passou alguns dias entre eles. Ao retornar para Wartburg, escreveu "Eine treue Vermahnung … vor Aufruhr und Empörung" (Uma sincera admoestação por Martinho Lutero a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião). Apesar disso, em Wittengerg, Carlstadt e o ex-agostiniano Gabriel Zwilling reclamavam a abolição da missa privada e da comunhão em duas espécies, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato.

[editar] Regresso a Wittenberg e os Sermões Invocavit

No final do ano de 1521, os anabatistas de Zwickau se entregam à anarquia. Contrário a tais concepções radicais e temendo seus resultados, Lutero regressou em segredo a Wittenberg, em 6 de março de 1522. Durante oito dias, a partir de 9 de março (domigo de Invocavit) e concluindo no domingo seguinte, Lutero pregou outros tantos sermões que tornaram-se conhecidos como os "Sermões de Invocavit".

Nessas pregações, Lutero aconselhou uma reforma cuidadosa, que leve em consideração a consciência daqueles que ainda não estivessem persuadidos a acolher a Reforma. A consagração do pão foi restaurada por um tempo e o cálice sagrado foi ministrado somente àqueles do laicado que o desejaram. O cânon das missas, devido ao seu caráter imolatório, foi suprimido. Devido ao sacramento da confissão ter sido abolido, verificou-se a necessidade que muitas pessoas ainda tinham de confessar-se em busca do perdão. Esta nova forma de serviço foi dada a Lutero em "Formula missæ et communionis" (Fórmula da missa e Comunhão), de 1523. Em 1524 surgiu o primeiro hinário de Wittenberg, com quatro hinos.

Como aquela parte da Saxônia era governada pelo Duque Jorge, que proibira seus escritos, Lutero declarou que a autoridade civil não podia promulgar leis para a alma. Fez isso em sua obra: "Über die weltliche Gewalt, wie weit man ihr Gehorsam schuldig sei" (Autoridade Temporal: em que medida deve ser obedecida).

[editar] Matrimônio e família

Em abril de 1523, Lutero ajudou 12 freiras a escaparem do cativeiro no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se Catarina von Bora, filha de nobre família, com quem veio a se casar, em 13 de junho de 1525. Dessa união nasceram seis filhos: Johannes, Elisabeth, Magdalena, Martin, Paul e Margaretha. Dos seis filhos, Margaretha foi a única que manteve a linhagem até os dias de hoje. Um descendente ilustre da família Lutero é o ex-presidente alemão Paul von Hindenburg.

O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.

[editar] Anti-semitismo

Texto anti-semita de Martinho Lutero: Sobre os judeus e suas mentiras (1543)

Martinho Lutero foi anti-semita:[17][18][19]

"A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e jóias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus". – "Sobre os judeus e suas mentiras" de Martinho Lutero.[20][21][22][23]

O historiador Robert Michael escreve que Lutero estava preocupado com a questão judaica toda a sua vida, apesar de dedicar apenas uma pequena parte de seu trabalho para ela.[24][25][26] Seus principais trabalhos sobre os judeus são Von den Juden und Ihren lügen ("Sobre os judeus e suas mentiras"), e Vom Schem Hamphoras und vom Geschlecht Christi ("Em Nome da Santa linhagem de Cristo") - reimpressas cinco vezes dentro de sua vida - ambas escritas em 1543, três anos antes de sua morte.[26] Nesses trabalhos Lutero afirmou que os judeus já não eram o povo eleito, mas o "povo do diabo".[26] A sinagoga era como "uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica" e os judeus estavam "cheios das fezes do demónio,... nas quais se rebolam como porcos"[25] Lutero aconselhou as pessoas à incendiarem às sinagogas, destruindo os livros judaicos, proibir os rabinos de pregar, e apreender os bens e dinheiro dos Judeus e também expulsá-los ou fazê-los trabalhar forçosamente.[23] Lutero também parecia aconselhar seus assassinatos,[27] escrevendo "É nossa a culpa em não matar eles."[28]

A campanha contra os judeus de Lutero foi bem sucedida na Saxónia, Brandenburg, e Silésia. Josel de Rosheim (1480-1554), que tentou ajudar os judeus na Saxónia, escreveu em seu livro de memórias a situação de intolerância foi causada por "(…) esse sacerdote cujo nome é Martinho Lutero - (…) seu corpo e alma vinculada até no inferno!! - que escreveu e publicou muitos livros heréticos no qual disse que quem ajudasse judeus seriam condenados à perdição."[29] Josel teria pedido a cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras antijudaicas de Lutero; porém seu pedido foi-lhe negado quando um pastor luterano de Hochfelden argumentou em um sermão que os seus paroquianos deviam assassinar judeus. O anti-semitismo de Lutero persistiu após a sua morte, ao longo de todo o ano 1580, motins expulsaram judeus de vários estados luteranos alemães.[26][30]

A opinião predominante[31] entre os historiadores é que a sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do anti-semitismo na Alemanha,[32][33][34][35][36] e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus.[37] O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner.[38] Em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen, declarou publicamente, que "Hitler não teria sido possível, sem Martinho Lutero".[39] Julius Streicher, o editor do jornal Nazista Der Stürmer, argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg "que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes".[40] Em novembro de 1933, uma manifestação protestante que reuniu um recorde de 20.000 pessoas, aprovou três resoluções:[41]

  • Adolf Hitler é a conclusão da Reforma;[41]
  • Judeus Batizados devem ser retirados da Igreja;[41]
  • O Antigo Testamento deve ser excluído da Sagrada Escritura.[41]

Diversos historiadores (entre os quais se destacam William L. Shirer e Michael H. Hart[42]) sugerem que a influência de Lutero tenha auxiliado a aceitação do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século XX. Shirer fez a seguinte observação em Ascensão e queda do Terceiro Reich:

"É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de dois fatos: sua história e a influência de Martinho Lutero (para evitar qualquer confusão, devo explicar aqui que o autor é protestante). O grande fundador do protestantismo não foi só anti-semita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de judeus (…) – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos mais tarde por Hitler, Göring e Himmler.[21]

Por outro lado, especialmente Shirer recebeu críticas por essa sua observação, sendo acusado de não conhecer suficientemente a história alemã e por ter interpretado incorretamente certos acontecimentos ou mesclado suas opiniões pessoas em seu livro.[43] Também os cristãos luteranos afirmam que a Igreja Luterana tem esse nome em homenagem ao seu mais famoso líder, porém não acata todos os escritos teológicos de Lutero, principalmente os escritos que atacam os judeus. Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana formalmente denunciaram e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus. Em Novembro de 1998, no 60o aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação: "é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martinho Lutero, de levar a sério também as suas declarações anti-judaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas conseqüências. Temos que nos distanciar de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana."[44][45][46][47][48]

[editar] A guerra dos camponeses

A guerra dos camponeses (1524-1525) foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII. Mas muitos camponeses julgaram que os ataques verbais de Lutero à Igreja e sua hierarquia significavam que os reformadores iriam igualmente apoiar um ataque armado à hierarquia social. Por causa dos fortes laços entre a nobreza hereditária e os líderes da Igreja que Lutero condenava, isso não seria surpreendente.

Já em 1522, enquanto Lutero estava em Wartburg, seu seguidor Thomas Münzer, comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada,[49] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[49] motivo pelo qual eles romperam.[50] Lutero, desde cedo, argumentou com a nobreza e os próprios camponeses sobre uma possível revolta e também sobre Müntzer, classificando-o como um dos "profetas do assassínio" e colocando-o como um dos mentores do movimento camponês. Lutero escreveu a "Terrível História e Juízo de Deus sobre Tomas Müntzer", inaugurando essa linha de pensamento.

Na iminência da revolta (1524), Lutero escreveu a "Carta aos Príncipes da Saxônia sobre o Espírito Revoltoso", mostrando a tirania dos nobres que oprimiam o povo e a loucura dos camponeses em reagir através da força e a confiar em Müntzer como pregador. Houve pouca repercussão sobre esse escrito.

Ainda em 1524, Müntzer mudou-se para a cidade imperial de Mühlhausen, oferecendo-se como pregador. Lutero escreveu a "Carta Aberta aos Burgomestres, Conselho e toda a Comunidade da Cidade de Mühlhausen", com o propósito de alertar sobre as intenções de Müntzer. Também esse escrito não teve repercussão, pois o conselho da cidade se limitou a pedir informações sobre Müntzer na cidade imperial de Weimar.

O principal escrito dos camponeses eram os "Doze Artigos", onde suas reivindicações eram expostas. Neles havia artigos de fundo teológico (direito de ouvir o Evangelho através de pregadores chamados por eles próprios) e artigos que tratavam dos maus tratos (exploração nos impostos, etc.) impostos a eles pelos nobres. Os artigos eram fundamentados com passagens bíblicas e dizia-se que se alguém pudesse provar pelas Escrituras que aquelas reivindicações eram injustas, eles as abandonariam. Entre aqueles que se consideravam dignos de fazer tal coisa estava o nome de Martinho Lutero.

De fato, Lutero escreveu sobre os "Doze artigos" em seu livro "Exortação à Paz: Resposta aos Doze artigos do Campesinato da Suábia", de 1525. Nele, Lutero ataca os príncipes e senhores por cometerem injustiças contra os camponeses e ataca os camponeses pela rebelião e desrespeito à autoridade.

Também esse escrito não teve repercussão e, durante uma viagem pela região da Turíngia, Lutero pôde testemunhar as revoltas camponesas, o que o motivou a escrever o "Adendo: Contra as Hordas Salteadoras e Assassinas dos Camponeses", onde disse: "Contras as hordas de camponeses (…), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde".[49] Tratava-se de um apêndice de "Exortação à Paz …", mas que, rapidamente, tornou-se um livro separado. O Adendo foi publicado quando a revolta camponesa já estava no final e os príncipes cometiam atrocidades contra os camponeses derrotados, de modo que o escrito causou grande revolta da opinião pública contra Lutero. Nele, Lutero encorajava os príncipes a castigarem os camponeses até mesmo com a morte.

Essa repercussão negativa obrigou Lutero a pregar um sermão no dia de pentecostes, em 1525, que se tornou o livro "Posicionamento do Dr. Martinho Lutero Sobre o Livrinho Contra os Camponeses Assaltantes e Assassinos", onde o reformador contesta os críticos e reafirma sua posição anterior.

Como ainda havia repercussão negativa, Lutero novamente se posicionou sobre a questão no seu "Carta Aberta a Respeito do Rigoroso Livrinho Contra os Camponeses", onde lamenta e exorta contra a crueldade que estava sendo praticada pelos príncipes, mas reafirma sua posição anterior.

Por fim, a pedido de um amigo, o cavaleiro Assa von Kram, Lutero redigiu "Acerca da Questão, Se Também Militares Ocupam uma Função Bem-Aventurada", em 1526, com o propósito de esclarecer questões sobre consciência do cristão em caso de guerra e sua função como militar.

[editar] A discordância com João Calvino

No movimento reformista (também chamado de Reforma), Lutero não concordou como o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica,[51] enquanto João Calvino, acreditava que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções ou épocas. A doutrina luterana está explicitada no "Livro de Concórdia", e não muda, embora os costumes e formas variem de acordo com a localidade e a época.

[editar] Falecimento

O ex-monge agostiniano Martinho Lutero teve morte natural, embora não haja um consenso entre os seus biógrafos acerca da sua causa de morte. O historiador Frantz Funck-Brentano, por exemplo, escreveu em sua obra "Martim Lutero":

"Os dois médicos, que o tinham tratado nos últimos momentos, não puderam chegar a um acordo sobre a causa de sua morte, opinando um por um ataque de apoplexia, outro por uma angina pulmonar."[52]

A propósito, em 1521, por ocasião da Dieta de Worms (uma espécie de audiência imperial), foi publicado pelo Imperador Carlos V o Edito de Worms, pelo qual qualquer pessoa, ao menos teoricamente, estaria livre para matar Lutero sem correr o risco de sofrer qualquer sanção penal, já que, pelo referido Edito do Imperador, Lutero foi banido do Império como um fora-da-lei. Por receio de que algo de mal pudesse acontecer a Lutero durante viagem de regresso de Worms, Frederico III (ou Frederico, o Sábio), Príncipe-Eleitor da Saxônia, ordenou que Lutero fosse capturado e levado para o Castelo de Wartburg, onde estaria a salvo.

Provavelmente, foi por causa desse risco de morte que Lutero passou a correr que seu amigo disse que "tentaram matá-lo". Encontra-se sepultado na Igreja de Wittenberg em Wittenberg.[53]

 

              Gunnar Vingren e Daniel Berg,

 

                                             

 

História

Uma congregação da Igreja, no bairro Palma, em Santa Maria/RS

A Assembleia de Deus chegou ao Brasil por intermédio dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em Belém, capital do Estado do Pará, em 18 de Junho de 1911, vindos da Suécia. A princípio, frequentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam na Suécia. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia — o falar em línguas espirituais (estranhas) — como a evidência inicial da manifestação para os adeptos do movimento. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos Estados Unidos (e também de forma isolada em outros países), principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor leigo negro, chamado William Joseph Seymour, na rua Azusa, Los Angeles, em 1906.

A nova doutrina trouxe muita divergência. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembleias distintas, conforme relatam as atas das sessões, os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica, que já era empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, em virtude da fundação das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, em 1914 em Hot Springs, Arkansas, mas, outra vez, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas.

A Assembleia de Deus no Brasil expandiu-se pelo estado do Pará, alcançaram o Amazonas, propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegaram ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira, como veremos adiante.

A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de Natal, a Assembleia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo administradas exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembleias de Deus dos Estados Unidos através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação.

[editar] Organização denominacional

As Assembleias de Deus brasileiras estão organizadas em forma de árvore, na qual cada Ministério é constituído pela igreja-sede com suas respectivas filiadas, congregações e pontos de pregação (subcongregações). O sistema de administração é um misto entre o sistema episcopal e o sistema congregacional, por meio do qual os assuntos são previamente tratados pelo ministério, com forte influência da liderança pastoral, e depois são levados às assembleias para serem referendados apenas. Os pastores das Assembleias de Deus podem estar ligados ou não às convenções estaduais, e estas se vinculam a uma convenção de âmbito nacional. Particularmente na América do Sul, hoje existem muitas Assembleias de Deus autônomas e independentes.

[editar] Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil

A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) possui sede no Rio de Janeiro,RJ esta se considera o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à igreja. A CGADB em 2000 contava com cerca de 3,5 milhões de membros em todo o Brasil (dados do Iser) e centenas de missionários espalhados pelo mundo.

A CGADB é proprietária da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), com sede no Rio de Janeiro, que atende parcela significativa da comunidade evangélica brasileira. À CGADB também é proprietária da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia (Faecad), sediada no mesmo Estado, e que oferece os seguintes curso em nível superior: Administração, Comércio Exterior, Marketing, Teologia e Direito. E no selo Fonográfico a CGADB é proprietária da Patmos Music gravadora que tem sede e estúdios também no Rio de Janeiro RJ, que tem em seu casting de artistas, dezenas de cantores(as).

A CGADB é constituída por várias convenções estaduais e regionais, além de vários ministérios. Alguns ministérios cresceram de tal forma que tornaram-se denominações de facto, com suas congregações sobrepondo as áreas de abrangência das convenções regionais. Dentre os grandes ministérios se destaca o Ministério do Belém, que possui cerca de 2.200 igrejas concentradas no centro-sul e com sede no bairro do Belém na capital paulista, sendo atualmente (2008) presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, que sucedeu o pastor Cícero Canuto de Lima, que também presidiu a CGADB.

Na área política, alguns deputados federais são membros das Assembleias de Deus e a representam institucionalmente junto aos poderes públicos nos assuntos de interesse da denominação, supervisionados pelo Conselho Político Nacional das Assembleias de Deus no Brasil, com sede em Brasília, DF, que coordena todo o processo político da CGADB. Além disso, há também deputados estaduais e até prefeitos e vereadores, todos sob a chancela de igrejas ligadas à CGADB. No Pleito Eleitoral de 2010, 22 deputados Federais assembleianos foram eleitos para a 54ª Legislatura (2011-2015).

Desde a década de 1980, por razões administrativas, notadamente em virtude do falecimento do pastor Paulo Leivas Macalão e de sua esposa, missionária Zélia, a Assembleia de Deus brasileira tem passado por várias cisões que deram origem a diversas convenções e ministérios, com administração autônoma, em várias regiões do País. O mais expressivo dos ministérios independentes é o Ministério de Madureira, cuja igreja já existia desde os idos de 1930, fundada pelo já mencionado pastor Paulo Leivas Macalão e que, em 1958, serviu de base para a estruturação nacional do Ministério por ele presidido, até a sua morte, no final de 1982.

[editar] Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira

À medida que os anos se passavam, os pastores do Ministério de Madureira (assim conhecido por ter sua sede no bairro de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro), sob a presidência vitalícia do pastor (hoje bispo) Manuel Ferreira, se distanciavam das normas administrativas da CGADB, segundo a liderança da época, que, por isso mesmo, realizou uma assembleia geral extraordinária em Salvador, Bahia, em setembro de 1989, onde esses pastores foram suspensos até que aceitassem as decisões aprovadas. Por não concordarem com as exigências que lhes eram feitas foram excluídos pela Diretoria da CGADB. Desta forma tornou-se completamente independente da CGADB a Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil — Ministério de Madureira (Conamad), que tem no campo do Brás, na capital paulista, a sua maior expressividade, que, por anos, foi presidido pelo pastor Lupércio Vergniano e hoje está sob as ordens do Pr.Samuel Cássio Ferreira, bacharel em Direito. Possuia em 2005 cerca de 2 milhões de membros no Brasil e exterior. O Ministério Madureira, também tem uma filial de destaque na cidade de Goiânia chamada Assembleia de Deus Campo da Fama, presidida pelo Pr. Abigail Carlos de Almeida( Vice-presidente da CONAMAD)

[editar] Portugal

Ver artigo principal Convenção das Assembleias de Deus em Portugal

Em Portugal a história dessa denominação pentecostal é contada a partir do ano de 1913. Foram os missionários portugueses emigrados do Brasil José Plácido da Costa (1913) e José de Matos Caravela (1921) que deram início às ações que resultaram na fundação das Assembleias de Deus em Portugal.

A primeira igreja Assembleia de Deus em Portugal foi fundada na cidade de Portimão, em 1924, pelo missionário José de Matos, também responsável pela fundação das igrejas do Algarve, de Santarém e de Alcanhões. A partir desse ano, com a ajuda de missionários suecos e o esforço de obreiros portugueses, foram estabelecidas diversas outras igrejas em várias cidades, como: Porto, em 1930, com a intervenção do missionário sueco Daniel Berg; Évora, em 1932, pela ação da evangelista Isabel Guerreiro; e Lisboa, em 1934, com a ajuda do missionário Jack Hardstedt.

Da ação missionária das Assembleias de Deus em Portugal deu-se a expansão da igreja aos territórios ultramarinos, a exemplo de: Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste; os quais posteriormente tornaram-se nações independentes, mas mantiveram suas igrejas Assembleias de Deus nacionais em fraterna relação com as coirmãs portuguesas.

Em Portugal o ramo principal é a Convenção das Assembleias de Deus em Portugal, com quase 400 igrejas, a maior denominação protestante no país.

Além da CADP, existem outras denominações organizadas em Portugal, originárias de imigrantes brasileiros ou cismas da CADP, que adotam o mesmo nome, como a Assembleia de Deus Missionária; Assembleia de Deus Universal; Convenção Nacional das Assembleias de Deus (60 igrejas com 450 Congregações); Igreja de Nova Vida - Assembleia de Deus da Amadora;Centro Pentecostal Europeu das Assembleias de Deus(CPEAD 75 locais de culto); Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Ministério da Missão; Assembleia de Deus Ministério Semeadores de Boas Novas;Centro de Evangelismo Mundial das Assembleias de Deus(CEMAD 9 Locais de Culto) e Casa de Oração da Igreja Evangélica Assembléia de Deus presentes em pelos menos 5 concelhos da federação Portuguesa até a presente data. (www.addmortagua.com). Igreja Assembleia de Deus ministério de Buarcos. ( www.adbuarcos.org

[editar] Estados Unidos

Ver artigo principal Assembleia de Deus Americana Nos Estados Unidos surgiram várias congregações pentecostais independentes, desde o avivamento da rua Azuza, em 1906. Buscando unidade, comunhão entre si, trabalho missionário e organização legal, alguns líderes convocaram uma Convenção em Hot Springs, Arkansas, em 1914. Como resultado, houve a adesão de quase 500 ministros e a criação do General Council of the Assemblies of God (Concílio Geral das Assembleias de Deus), mais tarde sediado em Springfield, Missouri. Essa igreja possui, hoje, cerca de 2 milhões de membros e envia missionários a vários países do mundo. John Ashcroft, procurador-geral dos EUA durante o primeiro mandato de George W. Bush, é membro dessa denominação.

As Assemblies of God apresentam algumas diferenças de sua coirmã brasileira: no tocante à administração, não existe o sistema de ministérios; cada igreja local é autônoma e não é subordinada a nenhuma outra, mas voluntariamente agrupam-se em presbitérios regionais, onde há igualdade entre todos e contam com a participação de representantes leigos. A congregação local entrevista e contrata o pastor, que é examinado e ordenado pelo Concílio Geral. Referente aos costumes, as Assemblies of God são integradas à sociedade americana, permitindo, por exemplo, que suas mulheres cortem o cabelo e usem calças compridas.

[editar] Reino Unido e Irlanda

Organizada em 1924, a Assemblies of God in Great Britain and Ireland cresceu sob a influência do pastor Donald Gee. Reúne hoje cerca de 600 igrejas locais e possui uma rede de missionários atuando em vários continentes. Uma característica da AGGBI é a prática da Santa Ceia semanalmente.

Existem ainda Assembleias de Deus composta por imigrantes caribenhos e brasileiros, cujas igrejas não possuem relações com a AGGBI.

[editar] Doutrina

Santa Ceia.

De acordo com o credo das Assembleias de Deus, entre as verdades fundamentais da denominação, estão a crença:[4]

  • Num só Deus eterno subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo;
  • Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, considerada a única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão;
  • Na concepção virginal de Jesus Cristo, na sua morte vicária e expiatória, ressurreição corporal e ascensão para o céu;
  • No pecado que distancia o homem de Deus, condição que só pode ser restaurada através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.
  • Arrebatamento secreto dos membros da Igreja para a Nova Jerusalém em breve com a volta de Cristo.
  • Na necessidade de um novo nascimento pela fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para que o homem se torne digno do Reino dos Céus;

A denominação pratica o batismo em águas por imersão do corpo inteiro, uma só vez, em pessoas a partir de 12 anos, em nome da Trindade; a celebração, sistemática e continuada, da Santa Ceia; e o recebimento do batismo no Espírito Santo, geralmente, com a evidência inicial do falar em outras línguas, seguido de outros dons do Espírito Santo. A exemplo da maioria dos cristãos, os assembleianos aguardam a segunda vinda premilenial de Cristo em duas fases distintas: a primeira, invisível ao mundo, para arrebatar a Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; e a segunda, visível e corporal com a Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo por mil anos, sendo portanto dispensacionalista.

Ainda, nesse corolário de fé, os assembleianos esperam comparecer perante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa do Cristianismo, seguindo-se uma vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tormento para os infiéis.

Os assembleianos, em regra, são contra o aborto voluntário e o divórcio, a não ser por causa de adultério.

[editar] Liturgia

Pregação.

Os cultos das Assembleias de Deus se caracterizam por orações, cânticos (hinos evangélicos clássicos e contemporâneos), testemunhos e pregações, onde muitas vezes ocorrem manifestações dos dons espirituais, como, por exemplo, profecias e línguas espirituais (estranhas).

Possui dias e horários específicos para cultos, sendo o principal deles no domingo por volta das 19/21 horas, e o de ensinamento bíblico (a Escola Bíblica Dominical, com divisão de classes por idade) por volta das 9 horas.

Os cultos têm duração média de 2 horas, sendo divididos em:

  • Oração inicial - Normalmente o pastor ou outro obreiro faz uma oração a Deus.
  • Cânticos iniciais - Utilizando-se a Harpa Cristã (um livreto de Hinos Evangélicos Clássicos), canta-se em média 3 hinos.
  • Leitura bíblica (ou palavra introdutória) - Neste momento a leitura do trecho bíblico e inspirada pelo Espírito Santo, no qual o culto será direcionado como um todo com fulcro nesse trecho.
  • Oportunidades de cânticos por grupos de jovens, crianças, senhoras, adolescentes, corais, grupos e ministérios de louvor.
  • Oportunidades de testemunhos por membros - Momento no qual os membros contam o que Deus mudou em suas vidas e vem fazendo, atualmente, por eles.
  • Pregação - A o momento mais aguardado do culto em si. Pois é o momento em que o pastor da igreja, ou um obreiro, até mesmo pastores convidados explicam a palavra do Senhor (BIBLÍA.
  • Apelo - Convite aos que não são evangélicos a aceitarem a Jesus como único e suficiente Salvador.
  • Cântico de encerramento e/ou avisos sobre as próximas reuniões.
  • Oração final.
  • Bênção apostólica (somente dado pelo pastor, presbítero ou evangelista.)

. Por um período de tempo, a igreja O Brasil Para Cristo foi membro do Conselho Mundial das Igrejas.

Missionário Manoel de Mello deixou a direção de sua igreja em 1986 e morreu em 05 de maio de 1990. Após a morte de seu fundador, a igreja O Brasil Para Cristo perdeu seu ímpeto inicial e parte da membresia migrou para igrejas neopentecostais. Desta forma houve significativa redução de sua membresia (teria chegado a agregar 1 milhão de pessoas na década de 1970), possuindo hoje, 4000 congregações com 400 mil membros no Brasil e presença no Paraguai, Bolivia, Peru, Chile, Uruguai, Argentina, Portugal e nos EUA.

A igreja O Brasil Para Cristo tem como sua sede o Grande Templo, no bairro da Pompéia, zona oeste de São Paulo, na Rua Carlos Vicari 124. O Grande Templo começou a ser construído nos anos de 1960, e foi considerado por décadas o maior Templo Evangélico do Mundo [2], com capacidade de aproximadamente 9000 pessoas.

                                                           

 

                                                                           David Miranda

                                                          

Fundador

Missionário David Miranda, como é geralmente chamado, também é intitulado como o Apóstolo do século XXI pelos seus seguidores. Nasceu no dia 4 de Julho de 1936 na pequena cidade de Reserva no estado do Paraná. Filho de agricultores católicos, o quarto dentre cinco filhos do casal Roberto e Anália Miranda. Quando David Miranda tinha 13 anos de idade seu pai veio a falecer; esse fato mudou a vida da família Miranda. Quatro anos depois eles mudam-se para o município de Tibagi, PR, mais propriamente dito para a vila chamada de Cidade Nova (que tempos depois viria a se chamar Telêmaco Borba, PR) às margens do rio Tibagi, perto da fazenda Monte Alegre de propriedade da Indústria Klabin do Paraná Papel e Celulose S/A onde David veio a trabalhar.

Em abril de 1957 a Sra. Anália vende a sua casa na Cidade Nova (Telêmaco Borba, PR), e migra com a família para a cidade de São Paulo onde já morava a irmã mais velha de David Miranda, a Araci, que já era conversa ao protestantismo. Foi através de Araci que a mãe e depois os demais irmãos se converteram ao Protestantismo, ficando somente David como a última resistência do Catolicismo dentro da família Miranda.[3]

[editar] Conversão

David Miranda, conforme relatado em sua autobiografia, já não agüentava mais a convivência com a sua família devido à discordância religiosa, pois não suportava os crentes em sua casa, porque após a conversão de sua família a sua casa virou local para culto domiciliar. A conversão de David Miranda ocorreu em 6 de julho de 1958. Naquele dia, ele planejava deixar sua casa em secreto e ir morar sozinho, pois já estava para completar 22 anos. Mas tudo mudou quando vinha de uma matinê dançante, por volta das 19 horas pela Estrada da Conceição, em Vila Munhoz, São Paulo.

Como sempre, procurava uma festa, quando foi surpreendido por um cântico. Pensando tratar-se de um baile ou coisa parecida, parou para ouvir o que era aquilo. Muitas vozes cantavam ao mesmo tempo. Quando percebeu, estava em frente à Igreja Maravilhas de Jesus (presidida pelo pastor Leonel da Silva). Embora não gostasse dos crentes, David resolveu entrar e sentar-se em um dos bancos daquele salão.

David estava em conflito consigo, pois queria sair dali correndo, mas não conseguia; algo o segurava naquele lugar. Permaneceu ali até o final do culto onde foi lida a passagem bíblica de Gênesis capítulo vinte e dois, que fala sobre o sacrifício de Abraão, passagem essa pregada pelo pastor Jonas da Cruz, nordestino com forte sotaque baiano.

O local era frequentado por pessoas humildes e de classe social bem abaixo da que David tinha por costume conviver, sendo o pastor mais humilde ainda e de um português muito ruim. Apesar disso tudo a mensagem daquela noite falou profundamente ao coração do futuro missionário e fundador de uma das maiores igrejas do Brasil, a ponto de David Miranda pensar que tudo o que aquele pastor falava era direcionado exclusivamente para ele. Esse foi o cenário da conversão de David Martins Miranda. Naquela noite mesmo ele aceita a Jesus e se torna também um crente.[4]

[editar] História

Oficialmente a Igreja Pentecostal Deus é Amor foi fundada em 3 de junho de 1962, sendo esta data a de registro como pessoa jurídica em cartório passando a existir oficialmente perante a lei. Mas de fato ela teve início no mês de março de 1962, mês este no qual David Miranda foi despedido da firma onde trabalhava havia quatro anos, recebendo uma indenização com a qual alugou um amplo salão na antiga Rua Setenta, hoje Avenida Afonso Pena, na região de Vila Maria na cidade de São Paulo. No dia da inauguração, havia no local cerca de 50 pessoas, sendo que membros da igreja eram apenas três pessoas: o próprio David Miranda, sua mãe Anália e sua irmã Araci.

Nos dias que se seguiram após a inauguração, foram se unindo à igreja pessoas que já conheciam David Miranda de outras denominações por onde ele passara e, menos de um mês da inauguração a IPDA já contava com cerca de 70 membros.

No dia 15 de abril, David Miranda foi oficialmente ungido como pastor, pelo pastor e amigo Roberto Anézio da Igreja Pentecostal do Brasil (igreja essa à qual David Miranda pertencia antes de fundar a Deus é Amor), nesse dia a Deus é Amor passou a ter o seu primeiro pastor.

[editar] Doutrina

[editar] Regulamento Interno - RI

O RI ou Regulamento Interno da IPDA é o manual de conduta para os membros batizados, nele está registrado tudo o que o membro não pode fazer ou usar; esse manual vem junto com a carteirinha de membro. Cada regra é amparada por um versículo bíblico. Em muitas das congregações e em especial nas sedes há um culto na semana denominado culto do RI ou culto de doutrina, onde são abordados os temas contidos no RI.

[editar] Uso e Costumes

"Usos e costumes" é uma expressão utilizado nos meios pentecostais para se referir a uma série de proibições e determinações feitas pelas igrejas aos seus membros quanto à vestimenta, comportamento e [[postura social]. Na IPDA as normas de "usos e costumes" são variadas sendo constantemente fiscalizadas pelos pastores estando impressas no Regulamento Interno da denominação, entre as principais proibições direcionadas a todos os membros estão:

  • ter e ver TV, não é permitido assistir a nenhum tipo de programação (pois a TV é considerada a imagem da Besta,);
  • escutar programas não evangélicos no rádio; (são orientados e estimulados a ouvir somente a programação da igreja "A Voz da Libertação", rádios de conteúdo musical evangélico e de notícias também são permitidos).
  • praticar qualquer tipo de esportes (os adolescentes são estimulados a não participarem da aula de Educação Física nas escolas, sendo sugeridos trabalhos alternativos para obtenção de nota na matéria);
  • exercer qualquer profissão que exija o uso de armas de fogo (segurança, polícia militar, forças armadas)
  • Não é permitido para os membros fazer tatuagem.

As mulheres são terminantemente proibidas de:

  • usarem calças compridas, alegam não somente ser roupa de homem, mas uma vestimenta indecente (podendo usar somente saias ou vestidos);
  • usarem qualquer tipo de maquiagem
  • cortar os seus cabelos (sendo proibido tosquiar,ou seja cortar até mesmo as pontas);
  • não podem usar brincos e enfeites(com exceção da aliança de casamento ou noivado e relógio);

Já os homens não podem:

  • usar bermudas ou shorts (mesmo dentro de casa ou para dormir, devem sempre usar calças compridas);
  • andar sem camisas ou com as mesmas abertas (não sendo permito regatas ou camisetas sem manga);
  • ter bigodes, costeletas ou cabelos crescidos (este ultimo é considerado desonra para o homem);

[editar] Meios de Comunicação

[editar] Rádios

O principal meio de comunicação da IPDA é o rádio pelo qual transmite o programa "A Voz da Libertação" a mais de 45 anos. A Voz da Libertação é transmitida em centenas de emissoras de rádios pelo Brasil e pelo Mundo, sendo em muitas delas 24 horas de programação por dia[5] A cadeia de emissoras que transmite o programa A Voz da Libertação é uma das maiores do mundo no segmento evangélico, cobrido todo o Brasil e América Latina e partes da Europa, Estados Unidos, África e Ásia.

[editar] Internet

A Deus é Amor também utiliza como meio de divulgação a internet, através de seus sites com links para transmissão do programa "A Voz da Libertação" via web ao vivo para todo o Mundo.

 

                                         Valdemiro Santiago

                                   

A Igreja Mundial do Poder de Deus é uma igreja neo-pentecostal. Foi fundada na cidade de Sorocaba em 9 de março de 1998 pelo Apostolo Valdemiro Santiago, (ex-bispo da IURD).

Sua sede, o Grande Templo dos Milagres, funciona no galpão de uma antiga fábrica que tem 43 mil metros quadrados de área construída, localizada na Rua Carneiro Leão, no Brás, em São Paulo. Seu enfoque principal é a prosperidade financeira, a cura e os milagres.

[editar] História

Valdemiro Santiago, então bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fazia reuniões dos fiéis da igreja em Sorocaba e apresentava programas religiosos da igreja na Rede Record.

Na Igreja Universal, atuou por 18 anos e se desligou em 1997, depois de um suposto desentendimento com Edir Macedo.[1] Logo após fundou a Igreja Mundial do Poder de Deus, sendo que o pesquisador da área da sociologia da religião, Ricardo Mariano afirma que as crenças e práticas mágico-religiosas da Mundial são uma cópia da Universal.[1] Sendo que, além de convidar parte da cúpula da IURD, atraiu também dezenas de pastores, prática que foi abandonada, quando membros da Mundial começaram a temer que houvesse pastores da IURD infiltrados entre os pastores da Igreja Mundial do Poder de Deus.[1]

No dia 3 de março, às 15h00 em Sorocaba, fundou a Igreja Mundial do Poder de Deus (localizada na Avenida São Paulo, 555), tirando referências de "(...) Universal do Reino (...)". Antes da criação da nova igreja, Valdemiro ainda era bispo da IURD, que realizava diversas reuniões, a 1ª com fundação da nova igreja, tinha 16 membros.[carece de fontes?]

Em apenas 10 anos, a IMPD cresceu rapidamente, espalhando-se igrejas em todos os estados brasileiros e até no exterior.[carece de fontes?]

Graças ao vasto trabalho pelo rádio e pela TV, Conta com forte apoio, principalmente entre as camadas mais populares e de baixa renda.[carece de fontes?]

Em 2009, já dispunha de mais de 2.000 templos no Brasil e exterior.[carece de fontes?]

Em Portugal, como em outros países da Europa, todos os templos da Igreja do Caminho foram transferidos para a Igreja Mundial do Poder de Deus. Seu líder, o pastor Ronaldo Didini hoje faz parte do quadro de pastores da IMPD e ocupa a função de diretor de programação da Rede 21.

Atualmente a Igreja Mundial do Poder de Deus recebe vários fiéis que pertenciam a igrejas que estão, ou passaram por grandes crises, como a Renascer em Cristo, por exemplo.[1]

[editar] Posições da Igreja

A Igreja aceita a chamada teologia da prosperidade, surgida em igrejas evangélicas dos Estados Unidos em 1960, em que os fiéis são estimulados a fazerem doações às igrejas evangélicas para obter favores de Deus. A Mundial acredita que tudo (dinheiro, cura, felicidade) é dado por Deus a partir da fé do próprio fiel, fé que encontra sua expressão nas doações em dinheiro feitas à Igreja.[2]

[editar] Hierarquia Eclesiástica

A IMPD tem como seu fundador Valdemiro Santiago de Oliveira, com o título de apóstolo, sendo seus subordinados na hierarquia eclesiástica igual a da IURD : bispos, pastores e corpo de obreiros.

[editar] Mídia

Valdemiro Santiago publicou livros e gravou CDs, VHSs e DVDs, antes de lançar a em outras mídias em 2008:

[editar] Jornais

A IMPD conta com o único jornal, Fé Mundial, com tiragem mensal de 500 mil exemplares.

[editar] Revistas

A IMPD conta com a única revista, Mundial Sem Limites, de tiragem mensal, com tiragem mensal de exemplares não disponível.

[editar] Rádios

  • A Igreja arrendou a Rádio Ômega FM e já recebeu outro nome: Rádio Ômega Mundial FM.
  • A sua grade de programação já foi reformulada com mensagens e programas de pastores da IMPD, e conta com a retransmissão de áudio dos programas de TV transmitidos todos os dias diretamente do Grande Templo dos Milagres.
  • Em fevereiro de 2009 a Igreja arrendou a Rádio Mundial do Rio de Janeiro, que antes pertencia às Organizações Globo.
  • Desde 2010, possui uma rádio em São Paulo, denominada "Sê Tu uma Bênção", em 98,1 FM.

[editar] TVs

A IMPD fica conhecida no Brasil a partir de 2008, quando o Grupo Bandeirantes aluga 22 horas da Rede 21, que gerou polêmica, pois nunca houve a concessão de um grupo de comunicação a uma igreja só para pregar evangelho.

Em 2009, alugou algumas horas da igreja à RedeTV!, que chegou até vencer a Rede Bandeirantes na Grande São Paulo.[3]

[editar] Assistência Social

A Associação Mundial de Assistência Social (AMAS) é uma entidade filantrópica ligada à IMPD, destinada à assistência de meninos e meninas de rua e tem como presidente a bispa Franciléia Oliveira. A entidade conta com uma equipe de profissionais voluntários, como médicos, enfermeiros, dentistas, professores, advogados, cabeleireiros e outros profissionais e procede visitas constantes a regiões carentes, levando alimentos, roupas e agasalhos. http://amas-impd.blogspot.com/

[editar] Controvérsias

[editar] Igreja

A ênfase exagerada em ofertas, dízimos, campanhas de cura e libertação espiritual, milagres e a prosperidade financeira associada a prática da simonia são os principais motivos de crítica relacionadas a IMPD devido a seu caráter heterodoxo.

[editar] Dissidências

A Igreja Mundial Renovada é a primeira dissidência da Igreja Mundial do Poder de Deus. O nome "Mundial Renovada" também é uma alusão à Universal. Em abril de 2009, o bispo Roberto Damasio desligou-se da IMPD. Em 29 de maio de 2010, inaugurou a sua própria igreja, a Igreja Mundial Renovada.

O pastor Givanildo de Souza, uns dos primeiros fiéis da igreja de Sorocaba em 1998 e inclusive até próximo ao fundador da Mundial, deixou a igreja em 2010. Ele alegou que deixou a igreja por discordar da igreja de obter dízimos, geralmente muito alto. Em agosto de 2010, deixou a igreja e em setembro fundou a igreja Missionária do Amor, com sede em Araçatuba, interior de São Paulo.[4]

Em 2011 o Bispo José Silva deixou a Igreja Munidal do Poder de Deus para fundar a Igreja Evangélica Celeiro de Deus em Curitiba - PR, seguindo a mesma linha de sua dissidência.


 
 
 

                                Silas Malafaia

 
Silas Malafaia
Silas Malafaia
Nascimento 20 de agosto de 1958 (53 anos) Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasil Brasileiro
Cônjuge Elizete Malafaia
Ocupação Pastor
Prêmios
:Medalha do Pacificador
Medalha do Pacificador

Silas Lima Malafaia (Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1958) é um pastor protestante pentecostal brasileiro. É o líder da igreja Assembleia de Deus-Vitória em Cristo e um famoso televangelista, também graduado em Psicologia.

Silas Malafaia é presidente da editora Central Gospel. É também vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB), entidade que agrega cerca de 8.500 pastores de quase todas as denominações evangélicas brasileiras.[1]

Biografia

Conferencista convidado em várias igrejas no Brasil e também em outros países, também organiza eventos como o Congresso Pentecostal Fogo para o Brasil, "Cruzadas Evangelísticas" e etc. Pastor Silas também é o vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), entidade que abriga pastores de diversas denominações evangélicas do Brasil e foi membro da mesa diretora da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB).

Presidente da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, igreja que atualmente conta com cerca de 12 mil membros, o pastor Silas Malafaia é um conferencista conhecido entre evangélicos e entre não-evangélicos no Brasil. É também organizador de eventos de repercussão nacional, como o Congresso Pentecostal Brasileiro Fogo para o Brasil, realizado anualmente.

Polêmicas

Silas Malafaia é conhecido por suas manifestações através de textos e vídeos em que defende as práticas cristãs e se posiciona firmemente contra questões como o aborto e a prática homossexual.[2]

Em junho de 2008, liderou uma manifestação diante do congresso nacional, contra o projeto de Lei 122/2006, o PL-122. Ele afirma que o projeto não protege os direitos dos homossexuais, mas sim lhes dá privilégios pois suas condutas não poderiam ser mais criticadas ou desestimuladas.[3] Além disso, ao se referir ao projeto em questão, alega igualmente que "Esta é a primeira porta para a pedofilia."[4].

No dia 1º junho de 2011 ajudou a promover umas das maiores manifestações da cidade de Brasília, somente perdendo para a manifestação Diretas Já. Mais de 40 mil pessoas pessoas participaram do evento contra o projeto de Lei (PL) 122/2006 que "criminaliza a homofobia", tendo a pena de 2 à 5 anos de cadeia. Tal movimento entende, visto que o homossexual tem as mesmas garantias e proteções legais que um heterossexual, que a lei não tem o objetivo de criminalizar a homofobia, mas dar "privilégio a uma minoria", e com isso "não valoriza a família e a liberdade religiosa" que costuma expressar que a homossexualidade é contrária aos seus dogmas, e assim, um preletor, defendendo pontos contrários ao homossexualismo, tendo o homossexual se sentido ofendido psicologicamente, poderia entrar com ação contra quem se pronunciasse contra a homossexualidade. Como o projeto equipara a lei ao crime de racismo, os homossexuais estariam protegidos como uma raça e o preletor, ou pai, responderia a crime equiparado ou crime de racismo por uma ofensa psicológica ao pregar o evangelho, ou recusa de empregar professor homossexual, ou conduzir seu filho na prática heterossexual, ou dar ensinos criticando a homossexualidade a seus filhos como ocorre em escolas com definida orientação religiosa, por exemplo. O pastor Silas Malafaia junto com outros organizadores da manifestação, realizada em frente ao congresso nacional, entregaram ao presidente do senado, José Sarney, um abaixo-assinado mais de 1 milhão de assinaturas, colhidas em uma semana, contra a tramitação no congresso do PL 122/2006. [5]

Na Marcha para Jesus de 2011, atacou a Marcha da Maconha e o PL 122.[6]

Televangelismo

Coordena e apresenta o Vitória em Cristo, que anteriormente era chamado "Impacto". Este programa está há mais de 29 anos ininterruptos[carece de fontes?] na televisão, sendo transmitido por várias emissoras em rede nacional. Nos Estados Unidos, é transmitido pela CTNI, e na Europa e África, pela TV ManáSat 1. Hoje, um dos seus maiores objetivos é transmitir o Programa Vitória em Cristo nos horários nobres de rede de televisão do Brasil.

Em entrevista feita a Revista Igreja em novembro de 2010, Silas Malafaia, da igreja e programa de TV, Vitória em Cristo, chamou os pastores que não pregam a teologia da prosperidade de idiotas e que deveriam perder a credencial de pastor, além de voltar a ser um simples membro para aprender melhor sobre as Escrituras.[7]

Honrarias

Recebeu o título de cidadão benemérito do estado do Rio de Janeiro, concedido pela Assembléia Legislativa, e a medalha de pacificador, entregue pelo Exército Brasileiro.[8]

 

Marcha para Jesus vira ato contra união homoafetiva. IG (23 de junho de 2011). Página visitada em 23 de junho de 2011. "Malafaia. Com palavreado vulgar, usando termos como "otário" e "lixo moral", Malafaia atacou duramente a decisão do STF de legalizar a união estável entre pessoas do mesmo sexo. "O STF rasgou a Constituição que, no artigo 226, parágrafo 3º, diz claramente que união estável é entre um homem do gênero masculino e uma mulher do gênero feminino. União homossexual uma vírgula", disse o pastor. Na sequência, Malafaia passou a atacar a decisão do STF de liberar as marchas da maconha no Brasil. "Amanhã se alguém quiser fazer uma marcha em favor da pedofilia, do crack ou da cocaína vai poder fazer. Nós, em nome de Deus, dizemos não." [...] Malafaia ameaçou orientar seus fiéis a não votarem em parlamentares que defendem o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia no País. "Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for contra a família não vai ter o nosso voto", ameaçou. O pastor defendeu a desobediência por parte de pastores caso o PL 122 seja aprovado. "Eles querem aprovar uma lei para dizer que a Bíblia é um livro homofóbico e botar uma mordaça em nossa boca. Se aprovarem o PL 122 no mesmo dia, na mesma hora, tudo quando é pastor vai pregar contra a prática homossexual. Quero ver onde vai ter cadeia para botar tanto pastor.""

                               senhores  DO mundo

   
  senado  sobrinho                                   tio

 
 
 Igreja Universal do Reino de Deus (conhecida pela sua sigla, IURD) é uma igreja cristã evangélica neopentecostal, com sede no Rio de Janeiro - no Templo da Glória do Novo Israel, localizada no bairro carioca de Del Castilho.

Fundada no dia 9 de julho de 1977, por Edir Macedo, a Igreja Universal do Reino de Deus se tornou o primeiro e maior grupo neopentecostal do Brasil[4] e está presente em quase 200 países, segundo a instituição,[2] sendo mais disseminada nos países de língua portuguesa.

Em poucos anos, a Igreja Universal cresceu e, após oito anos de fundação, dispunha de 195 templos em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal. Em 2009, mais de trinta anos após sua fundação, a IURD possuía no Brasil mais de cinco mil templos, treze milhões de fiéis e quase 15 mil pastores.[1][5]

[editar] História

 

Tudo começou em 9 de julho de 1977, quando se abriram oficialmente as primeiras portas da futura Igreja Universal,que sem condições de alugar um imóvel próprio, o então pastor Edir Macedo iniciou as suas primeiras reuniões num coreto do Jardim do Méier, zona norte do Rio de Janeiro e que aquela época as divulgações da igreja era feita por dez obreiros, que colavam folhetos nos postes e convidavam as pessoas para participar as reuniões. Depois de algum tempo, Macedo alugou um galpão que era uma antiga fábrica de móveis no número 7.702 da Avenida Suburbana, que atualmente é um templo que comporta mais de 2 mil pessoas sentadas.[6]

Depois quando Edir Macedo, com o apoio de Romildo Ribeiro Soares, decidiu criar sua própria igreja. Após a criação da igreja, Soares desligou-se da IURD e fundou a Igreja Internacional da Graça de Deus. Ambos eram membros da Igreja Pentecostal de Nova Vida antes de fundarem a IURD. As sucessivas separações teria ocorrido pela diferença do foco entre McAlister (fundador da Nova Vida) e os pastores R. R. Soares e Edir Macedo e depois entre estes, como afirma o livro O Bispo - A História Revelada de Edir Macedo.[7]

 

A expansão ocorreu pelo país em poucos anos. Depois de estabelecer os templos da IURD nos principais cidades do Brasil como Rio de Janeiro, e depois para São Paulo e Minas Gerais, chegando à Bahia e ao estado do Paraná, logo em 1980.[8] No mesmo ano foi aberto o primeiro templo nos EUA em Mount Vermont, no estado de Nova Iorque com o nome de "Universal Church" e se expandindo para outros bairros como Manhattan e Brooklin.[9] E em 1993 a igreja foi para Toronto no Canadá e que iniciou o seu trabalho em língua portuguesa.[10]

Na Europa a IURD começou em Portugal em 1989 e que no seguindo semestre de 2010 foi iaugurado o primeiro templo construído inteiramente pela igreja no país e que em meados de 2010 o país já contava com mais de 100 templos espalhados pelo país.[11][12]

O Japão foi o primeiro país a ser escolhido pela IURD para iniciar suas atividades na Ásia em 1996 na província de Shizuoka, cidade de Hamamatsu e que hoje é a matriz do país, e que possui uma das maiores concentrações de brasileiros residentes no Japão e que em 2010 já contava com 17 templos em todo o país.[13]

Atualmente, a sede da IURD é a Catedral Mundial da Fé, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, também conhecida como Templo da Glória do Novo Israel. Outra sede da igreja é o Templo Maior de São Paulo, localizado no bairro paulistano de Santo Amaro. Entre 1990 a 1995, a Igreja Universal passou de 900 mil para 3,5 milhões de fiéis, possuía mais de dois mil templos no Brasil (e sete mil pastores) e estava presente em 34 países, com 225 templos nos cinco continentes.[14]

Em 2010, a igreja irá construir o Templo de Salomão que será a maior catedral da IURD do mundo e sucessor do Templo da Glória do Novo Israel localizado no Rio de Janeiro. O templo que será construído no bairro do Brás, São Paulo, Brasil tem a construção e estilo de uma réplica do Templo de Salomão que a bíblia cita, localizado em Jerusalém, Israel. Sua capacidade será de aproximadamente 13 mil pessoas sentadas, altura equivalente ao prédio de 18 andares e dois subsolos.[15]

[editar] Doutrina

As doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus são a priori semelhantes às de outras confissões cristãs evangélicas, em particular as de linha pentecostal. Entretanto, existem outras diferenças fundamentais, como o caráter sobrenatural dado pela IURD às celebrações do batismo por imersão e da Ceia do Senhor. O código de conduta da IURD é a Bíblia Sagrada. Suas doutrinas estão resumidas no livro "Doutrinas da Igreja Universal do Reino de Deus", de Edir Macedo.

Quanto à organização eclesiástica, a IURD segue um modelo episcopal, que pode ser rudimentarmente comparado ao modelo empregado pela Igreja Católica. Cada congregação local da IURD conta com vários obreiros, que são subordinados aos pastores e encarregados de trabalhos menores, como o convite de pessoas à participação nos cultos, recepção das pessoas que chegam aos templos, visitas aos lares de enfermos e a hospitais, e auxílio aos pastores, durante os cultos ou não. Aos pastores cabe o serviço religioso do culto, a orientação dos obreiros e a administração da igreja local. Acima dos pastores estão os bispos, que regulam as linhas doutrinárias e supervisionam o trabalho dos pastores.

A IURD tem seus símbolos nas fachadas e nos interiores dos templos. Anteriormente usava a imagem de duas mãos juntas em oração, atualmente usa alternativamente algumas outras imagens, como um coração vermelho com uma pomba branca no interior, ou um candelabro judaico (menorá), ou ainda uma cruz. Faz uso de dois slogans: Jesus Cristo é o Senhor e Pare de Sofrer.

[editar] A IURD no Mundo

Um templo da IURD em Buenos Aires, na Argentina.

A Igreja Universal do Reino de Deus expandiu-se e hoje em dia está presente em mais de 180 países do mundo, entre os quais: Portugal, Estados Unidos, Rússia, Hong Kong (RAE da República Popular da China), Japão, França, Índia, Israel, África do Sul, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Equador, Letônia, Romênia, Botsuana, Namíbia, Moçambique, Angola, Tanzânia, Nova Zelândia, Filipinas, México, Inglaterra, Argentina, Colômbia, Venezuela, Chile, Jamaica, Grécia, Alemanha, Espanha, Itália, Suíça, Peru, Guatemala, entre outros.[3]

[editar] Por países

Em Moçambique

A Igreja Universal do Reino de Deus em Moçambique foi fundada no dia 27 de novembro de 1992, no Cine África e hoje tem sua sede no bairro do Alto-Maé, na capital Maputo. A IURD neste país conta com programas diários de rádio e televisão, na Record Moçambique, com cobertura de emissão em todas as capitais provinciais, assim como também nas televisões STV e TIM e Rádio Record Moçambique, com programas locais em Maputo e Beira, Rádio 99FM, Rádio SuperFM, Rádio Terra Verde e Rádio TOP FM, um portal de Internet, o IURD Moçambique (http://www.iurdmocambique.com/) e o jornal impresso semanário Folha Universal Moçambique, com tiragem facial de 18 000 exemplares, é distribuído para todo o país.[carece de fontes?]

[editar] Trabalho social

 

Além do trabalho religioso, a IURD realiza trabalhos de cunho social e assistencial nos países onde atua, principalmente no Brasil.[2] Dentre estes trabalhos, que incluem a capelania nos presídios e hospitais, há a Associação Beneficente Cristã (ABC) - uma instituição filantrópica sem fins lucrativos fundada em 1994 que, sob o lema "Caridade não tem Religião", é responsável pela distribuição de alimentos e atividades de serviço social, saúde e cidadania, e é sustentada sobretudo pela contribuição de membros da igreja[2].

Outros atividades incluem o "Projeto Nordeste", financiado pela IURD em parceria com empresas privadas, e responsável por manter a Fazenda Nova Canaã, localizada no município de Irecê, no estado brasileiro da Bahia, o "Projeto Dose Mais Forte", destinado ao combate ao uso de entorpecentes, com acompanhamento e recuperação de viciados, principalmente na cidade de São Paulo, o "Sule" - Supletivo Universal Ler e Escrever - criado em 1998 e destinado à alfabetização de menores carentes a partir de 14 anos, jovens, adultos e idosos, e o projeto "Força Jovem Brasil", voltado ao público jovem, com cursos, cultura e esportes.[2]

[editar] Publicações e veículos

Na Internet a instituição possui o Portal Arca Universal e, na mídia escrita, o jornal Folha Universal que, segundo o próprio periódico, tem tiragem de 2.300.000 exemplares por semana, e a revista Plenitude, de tiragem mensal. Há também os jornais Correio do Povo de Porto Alegre e o Hoje em Dia, de Minas Gerais, emissoras de rádio e TV (Record) que não têm cunho religioso. A Editora Gráfica Universal é responsável pela publicação de livros escritos ligados à IURD.[2]

No Brasil, a IURD possui uma rede nacional de rádios em FM, a Rede Aleluia, com programação musical gospel e várias emissoras locais, em AM e FM, com programação apenas evangélica. Possui ainda o controle da segunda maior associação brasileira de emissoras de rádios e TVs (ABRATEL). Também possui redes de radio e TV pelo mundo. A empresa que engloba todos os meios de comunicação é a Universal Produções. A IURD também é dona da gravadora "Line Records". Uma boa parte dos músicos e cantores desta gravadora são bispos ou pastores da IURD.[2]

A Igreja fundou até mesmo, em 2005, seu próprio partido político, o Partido Municipalista Renovador,[16] mais tarde, Partido Republicano Brasileiro - do qual era filiado o ex-vice-presidente da República do Brasil José Alencar.[17][18]

[editar] Arca Universal

Um portal de conteúdos da IURD, como por exemplo torpedos de conteúdos sendo feito pela empresa Hanzo. O portal também já recebeu um prêmio Ibest na categoria de:"Religião e Esoterismo".[19]

[editar] Revista Plenitude

Igreja Universal do Reino de Deus
Slogan Plenitude, uma revista plena. Completa.
Frequência Mensal
Editora IURD[20][21]
Circulação Nacional
Categoria Variedades
País Brasil
Língua(s) (em português)
Sítio oficial [1]
Portal Imprensa

A revista Plenitude é a revista oficial da Igreja Universal do Reino de Deus,[20] com a tiragem de mais de 330 mil exemplares,[carece de fontes?] com variedades, atividades da Igreja, etc., e que é distribuída para os fiéis mediante oferta, e que também é usada na evangelização nas ruas, hospitais, presídios, etc. Agora também pode encontrar a revista plenitude nas papelarias e quiosques.

A revista trata também dos principais assuntos da atualidade, levando o cidadão a pensar em questões polêmicas como política, ação social (saúde, educação, sexualidade), além de dar orientação espiritual. Há também uma coluna dedicada a esclarecer dúvidas sobre o livro de Apocalipse.

[editar] Prisões, denúncias e fatos polêmicos

Em 1992, Edir Macedo foi preso após o Ministério Público denunciar o líder da Universal por "delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular". Após ficar onze dias detido,[22][23] Macedo foi solto e livrou-se das acusações.[24] A foto de Macedo na prisão virou capa de sua biografia autorizada "O Bispo: A História Revelada de Edir Macedo", editada em 2007.[2]

Pela maneira de como eles exploram os pobres, a IURD foi excluída da Aliança Evangélica Portuguesa em 1992.[25][26]

Desde 1995 a Federação de Entidades Religiosas Evangélicas da Espanha (Ferede) não reconhece a IURD como igreja evangélica.[25][26]

Em 1997, a Câmara dos Representantes da Bélgica descreveu a Universal como uma "associação criminosa, cujo único objetivo é o enriquecimento", "uma forma extrema de mercantilismo da fé ", cujas "atividades na Bélgica pode ser apenas uma fachada para ocultar atividades ilegais"; em Luxemburgo, "são talvez um sinal de que a organização está também envolvida em lavagem de dinheiro".[25][26]

Em uma matéria publicada pelo New York Post em 2000 são feitas críticas da forma como a Universal age nos Estados Unidos, como o depoimento do ex-pastor Mario Justino que disse que durante uma década de pregação para a Igreja Universal no Brasil, Portugal e Brooklyn, seus superiores o encarregaram de "dizer às pessoas: 'Se você não dá, Deus não olha para os seus problemas.'"[27] Regina Cerveira, chanceler da Igreja Universal e administradora espiritual, em Nova York, insiste que "Uma pessoa que dá US $ 500 não vai ficar mais bênçãos do que alguém que só dá 100 dólares."[27] Muitas vezes as seções de exorcismo se transformam em dramas teatrais onde membros que se dizem possuídos por demônios só podem ter seus demônios expulsos pela igreja.[28] Também são feitas críticas do óleo que é comprado em supermercados comuns e os pastores dizem aos fiéis que o óleo foi abençoado e veio de Israel.[28]

Houve também o envolvimento de parlamentares em escândalos políticos como o Escândalo do mensalão e Escândalo dos Sanguessugas.[29] Nesse último, ocorrido em 2006, de um total inicial de noventa parlamentares investigados devido a denúncia do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, e de um total de setenta e dois indiciados e denunciados,[30] dos vinte e oito evangélicos envolvidos,[31] foi a igreja evangélica com maior participação, com 17 de seus 18 deputados.[32] O sociólogo Ricardo Mariano, estudioso do tema, afirmou que: "Mais de 40% dos membros da bancada evangélica estavam envolvidos no escândalo dos sanguessugas e isso repercutiu negativamente e prejudicou o grupo como um todo" e "desde os anões do orçamento já havia um histórico de participação de evangélicos em esquemas de corrupção, mas esse foi com certeza o maior e o estrago foi considerável"[33]. O deputado evangélico Takayama (PMDB-Paraná) chegou a declarar que “Houve um ataque da mídia tentando vincular a questão dos sanguessugas com a bancada evangélica”.[34]

Deve ser destacado também que a Igreja Universal teve uma reação diferente às acusações contra seus representantes no Congresso no caso dos sanguessugas, ao contrário de outras denominações religiosas, tanto as mencionadas quanto as não mencionadas. A IURD proibiu a candidatura à reeleição de parlamentares sob suspeita (uma proibição no sentido de que o candidato não contaria com o apoio da IURD) e, com isso, perdeu 14 postulantes. Em 2006, apenas dois membros da igreja tentaram a reeleição, mas não conseguiram assegurar o mandato.[35]

Com base em uma denúncia do então deputado estadual de São Paulo Afanasio Jazadji, a Polícia Federal abriu em 2007 investigação contra Macedo pela suposta prática de crimes de falsidade ideológica, contra a fé pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.[24] Ainda naquele ano, uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 2007 apontava que Macedo era o maior detentor de concessões na mídia eletrônica brasileira, com 23 emissoras de TV, entre elas a geradora da Rede Record, e 40 de rádio, e que a extensão financeira do conglomerado, registrada no então paraíso fiscal da Ilha de Jersey serviria para esquentar os dízimos recebidos pela Universal.[36][37]

Em 2009, a Justiça brasileira aceitou denúncia do Ministério Público Federal paulista contra o fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e mais nove integrantes dessa entidade religiosa, pelas acusações de formação de quadrilha e de lavagem de dinheiro.[5] A denúncia baseou-se em uma apuração da movimentação financeira da IURD ao longo de seus mais de 30 anos de existência. A investigação iniciada em 2007 levou à quebra judicial dos sigilos bancário e fiscal da igreja Universal e levantou o patrimônio acumulado por seus dirigentes entre 1999 e 2009 - já que, mesmo isentas de pagar impostos, as organizações religiosas são obrigadas a declarar o volume de recursos e bens doados que receberam de seus fiéis.[5] Segundo a investigação, ao menos 50 empresas como emissoras de rádio e TV (em especial, a Rede Record[38]), gráficas e agências de turismo controladas direta ou indiretamente por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus são beneficiadas por doações feitas por fiéis em todo o país.[39]

Segundo a Receita Federal, a IURD arrecada aproximadamente R$ 1,4 bilhão por ano. Por ser oficialmente uma instituição sem fins lucrativos, a Igreja Universal tem imunidade fiscal ao recolhimento do Imposto de Renda - em tese, os recursos arrecadados pela igreja, o dízimo dos seus fiéis (e portanto não tributado), deveriam ser usados exclusivamente em obras assistenciais. Por isso, a instituição tem sido alvo de investigação pelo Ministério Público Federal por suposto desvio do dízimo dos fiéis para empresas do líder da Igreja Universal e pastores ligados à instituição religiosa,[39] e de acordo com a Promotoria, valores obtidos de fiéis da Universal foram remetidos para empresas no Brasil e depois para companhias com sede nas Ilhas Cayman.[40] Em agosto de 2009, a Justiça brasileira abriu ação criminal contra o fundador Edir Macedo e mais nove pessoas ligadas a ele, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, acusados de se apropriar ilegalmente de dízimos e de ofertas de fiéis e de usar o dinheiro das doações para construir um patrimônio pessoal e comprar emissoras de televisão e rádio.[5] Em 20 de outubro de 2010 o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), anulou todas as acusações feita pelo Ministério Público contra a IURD e seus representantes por ser ilegal a investigação conduzida pelos promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado,[41] mas em outubro de 2010 Ari Pargendler, ministro presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acolheu da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo e restabeleceu pedido de auxílio direto encaminhado à Promotoria de Nova York para rastreamento de dados bancários e fiscais da Igreja Universal do Reino de Deus nos Estados Unidos. Contra a iniciativa de Mazloum, os advogados da Universal ingressaram com mandado de segurança, acolhido pela presidência do TJ que tornou sem efeito o acordo sob argumento de que tal medida deveria ter respaldo e autorização judicial no Brasil porque envolve quebra de sigilo.[42]

Em 2010 a Promotoria de Justiça de Nova York acusou a tesoureira da Igreja Universal do Reino de Deus nos EUA Regina da Silva de fraudes e falsificações para obter empréstimos hipotecários de mais de US$ 22 milhões. Seu advogado disse na audiência que ela cumpriu com a maior parte das exigências legais para assegurar as hipotecas e argumentou que Silva não foi a beneficiária das transações, mas sim a própria Universal, segundo relato do New York Post. O promotor de Nova York Cyrus Vance disse que "fraude é sempre errada, mas é especialmente escandalosa quando os criminosos fazem uso de organizações religiosas, tribunais e agências estatais em seus esquemas". Para os promotores, ela enganou o governo e o Signature Bank ao fraudar solicitações de empréstimos em nome da igreja.[43]

A Igreja Universal do Reino de Deus é investigada nos EUA sob suspeita de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro e conspiração. Dois doleiros brasileiros, Marcelo Birmarcker e Cristina Marini Rodrigues, disseram a promotores norte-americanos ter remetido ilegalmente o equivalente a R$ 420 milhões do Brasil para Nova York, no período entre 1995 e 2001. As remessas eram na razão de R$ 5 milhões mensais. Os investigadores dos EUA tentam descobrir o que a Universal teria feito com esses recursos nos EUA. A apuração é feita em caráter sigiloso e tem entre os seus alvos o bispo Edir Macedo e a tesoureira da igreja em Nova York, Regina da Silva. A investigação feita nos Estados Unidos sobre a igreja é um subproduto da maior operação já feita pela Polícia Federal contra doleiros, realizada em 2004. Chamada de Farol da Colina, ela resultou na prisão de 62 doleiros. Bimarcker e Marini Rodrigues operaram três contas no Merchants Bank de Nova York, nas quais teria passado dinheiro sem origem da Universal. Eram contas abertas em nome de empresas criadas em paraísos fiscais: a Milano Finance Inc., Pelican Holding Group e Florida Financial Group.[44]

Em 2011 ela foi processada por danos morais por um ex-pastor da igreja.[45]

[editar] Polêmicas com outros grupos religiosos

A IURD tem também sido protagonista de diversas polêmicas e atritos com outros grupos religiosos, em especial as religiões da cultura afro-brasileiras como o candomblé e a umbanda. Edir Macedo e outros pastores da IURD já foram acusados de intolerância contra essas crenças.[46] Em 2005, a Justiça brasileira determinou a retirada de circulação de todos os exemplares do livro "Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?", de autoria de Macedo, por conta de seu teor preconceituoso.[47][48]

Após realizarem críticas ao candomblé no programa "Ponto de Luz", exibido pela TV Record de Salvador, o bispo Sérgio Santos Correa e os pastores Gilberto Muniz Pereira e Marco Aurélio Trindade foram denunciados por discriminação religiosa pelo Ministério Público da Bahia em abril de 2003. No programa, uma suposta ex-mãe-de-santo afirmou ter feito um "trabalho" de macumba para matar um desafeto e este, conforme a mulher, teria morrido. Vários praticantes do Candomblé declararam que tiveram terreiros atacados por evangélicos e acusaram a campanha da Igreja Universal de incitar esses atos.[24]

[editar] Disputa com a Igreja Católica

A IURD apresenta um grande contraste com a Igreja Católica,[49] tendo discordâncias não só doutrinarias[50] como também políticas, tendo Edir Macedo já declarado que "a Igreja Católica é uma desgraça para o Terceiro Mundo" e que o Papa é "exclusivamente um político".[50] Esse enfrentamento foi feito de diversas formas e até mesmo em disputas eleitorais[51]. Isso gerou uma reação católica que publicamente abriu uma guerra contra a IURD, algo que contraria seu comportamento nos últimos anos no Brasil.[52]

Em 12 de outubro de 1995, data em que os católicos celebram Nossa Senhora Aparecida, o então bispo da Igreja Universal Sérgio Von Helde chutou e deu socos em uma imagem da santa, durante os programas "Despertar da Fé" e "Palavra da Vida", da Rede Record.[24][53] Von Helde foi indiciado na Justiça por ofensa à fé alheia.[24]

[editar] Alegação de perseguição

Alvo de críticas, a Igreja Universal afirma que é alvo de perseguições na grande imprensa brasileira, em especial da Rede Globo.

Ainda em 1995, a Rede Globo apresentou uma reportagem na qual Edir Macedo ensinava pastores a convencer fiéis a doar dinheiro para a Igreja Universal. Edir Macedo apresentou pedido para que fosse retirado o vídeo do site YouTube onde o bispo ensina pastores a pedir doações, no vídeo Edir afirma que os pastores têm de ser firmes ao pedir doações:“Tem de ser assim: Você vai ajudar na obra de Deus. Se não quiser ajudar, Deus arrumará outra pessoa para ajudar. Ou dá ou desce”. O pedido de liminar para a retirada do vídeo foi negado.[54]

Foi dito na imprensa que o episódio do "chute na santa" foi também o estopim que a Globo esperava para desfechar uma grande campanha contra a Igreja Universal, mas, os resultados foram menos devastadores do que a Globo esperava.[55]

Recentemente, tais acusações voltaram a ser repetidas.[56] A Igreja Universal montou uma equipe que orienta seus fiéis a mover ações judiciais contra jornais que publiquem reportagens negativas à entidade religiosa, isso aconteceu após a Folha publicar a notícia que uma das empresas, a Unimetro está ligada com a empresa Cableinvest , registrada no paraíso fiscal da ilha de Jersey, havendo a hipótese que dízimo estava sendo nesse paraíso fiscal.[57] Os jornais Extra (do Rio de Janeiro), A Tarde (da Bahia) e dois profissionais desses veículos foram alvos de indenizações por parte de pastores da IURD, por terem noticiado o ato de vandalismo em uma igreja católica por um membro da IURD.[57][58][59]

[editar] Atividades paralelas de seus integrantes

Diversos de seus membros, na maioria bispos (incluindo o próprio Edir Macedo, que em 1989 comprou a Rede Record por 45 milhões de dólares e quitou outros 300 milhões de dólares de dívidas que a emissora tinha, com a emissora paulista passando a transmitir programas religiosos em boa parte de sua programação[14]), possuem emissoras de TV e rádio, jornais (como os diários "Hoje em Dia", de Belo Horizonte, e "Correio do Povo", de Porto Alegre), gráficas (Ediminas e Universal), além de quatro empresas de participações (que são acionistas de outras empresas), uma agência de turismo, uma imobiliária, uma empresa de seguro saúde.[36] A IURD ainda possui uma empresa de táxi aéreo, a Alliance Jet.[36] Entre as empresas de comunicação, são 23 emissoras de TV (integrantes das redes Record, Record News, a Rede Família e a IURD TV), além de 40 emissoras de rádio registradas em nome de um grupo de pastores, além de arrendar outras 36 emissoras de rádios que integram a Rede Aleluia.[37]

 


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Igreja Católica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
Igreja Católica
Sãopedro1.jpg Basílica de São Pedro, no Vaticano

A Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal" ou "geral"), chamada também de Igreja Católica Romana [1] e Igreja Católica Apostólica Romana [2], é uma Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos[3], colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro. Seu objetivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus, e concede um papel importante nessa missão à pessoa da Santíssima Virgem Maria (a quem intitulou de "Mãe da Igreja")[4][5]. Para este fim, a Igreja Católica administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo.[6] Atua em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo escolas, universidades, hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam famílias, pobres, idosos e doentes.[6]

A Igreja Católica não pensa como uma Igreja entre outras mas como sendo "A Igreja" estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde do simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.

Desde o dia 19 de Abril de 2005, a Igreja Católica é liderada pelo Papa Bento XVI. Nesse mesmo ano, ela contava aproximadamente com 1115 milhões de membros [7] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[8] e mais da metade de todos os cristãos,[9]), distribuídos principalmente na Europa e nas Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.

A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé, possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das suas 23 Igrejas autónomas e a maior de todas elas [10][11][12].

Índice

[esconder]

História

A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga instituição ainda em funcionamento. Sua história é integrante à História do Cristianismo e a história da civilização ocidental.[13].

Doutrina

Segundo o Catecismo de São Pio X, a doutrina católica "é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação" e da vida eterna [14]. "As partes principais e mais necessárias da Doutrina [...] são quatro: o Credo, o Pai-Nosso, os Mandamentos e os Sacramentos" [15][16].

A Igreja Católica acredita que todas as coisas que ela acredita foram sendo gradualmente reveladas por Deus através dos tempos (nomeadamente ao longo do Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus Cristo (que anunciou definitivamente o Evangelho à humanidade) [17], que é considerado pelos católicos e cristãos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade [18][19].

Mas, a definição e compreensão da doutrina católica (que é baseada na Revelação divina) é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação e sempre orientada pelo Magistério da Igreja. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de desenvolvimento da doutrina [20]. Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição [21]. A doutrina católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno-Constantinopolitano e também em variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no Catecismo da Igreja Católica (CIC) e no seu Compêndio (CCIC) [22].

Dogmas e Santíssima Trindade

O Cristograma com uma coroa de flores simbolizando a vitória da Ressurreição.

Com os seus estudos teológicos, a Igreja vai-se gradualmente instituindo os seus dogmas, que é a base da sua doutrina, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem Maria) proclamado solenemente apenas em 1950, pelo Papa Pio XII. Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que, não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em essência, só existe um Deus) e trino (porque está pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas" [23].

Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus, o Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito Santo [23].

Jesus, a salvação e o Reino de Deus

Ver artigos principais: Jesus, Salvação e Reino de Deus.
A crucificação e morte redentora de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar toda a Humanidade.

Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai [24], ele encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação à humanidade inteira, "ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)" [25]; e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus" [26]. Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como Deus [27].

O dogma cristológico ensina que Jesus é a encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Messias, Salvador e Bom Pastor da Humanidade [28]. Ele é também «o Filho Unigénito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o único e verdadeiro Sumo Sacerdote [29] e Mediador entre os homens e Deus Pai, chegando mesmo a afirmar que "«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)" [30].

Nas suas muitas pregações, Jesus, ao anunciar o Evangelho, ensinou as bem-aventuranças e insistiu sempre «que o Reino de Deus está próximo» (Mt 10,7). Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a em Deus podem salvar os homens [31]. Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é a sua semente. No Reino de Deus, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus [32].

A doutrina católica professa também que a salvação do Homem deve-se, para além da graça divina, ao voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus na cruz. Este supremo sacrifício deve-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade [33][34]. Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a liberdade humana, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador [35][36].

Esta fé cristã "opera pela caridade" ou amor (Gal 5,6), por isso ela obriga o crente a converter-se e a levar uma vida de santificação. Este modo de viver obriga o católico a participar e receber os sacramentos e a "conhecer e fazer a vontade de Deus" [37]. Este último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas obras e também das regras de vida propostas pela Igreja Católica [16][38][39]. Estes mandamentos de amor consistem em amar a Deus acima de todas as coisas (Mt 22,37), amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22,39) e amar uns aos outros como Eu vos amei (Jo 15,10). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mt 22,40) [40]. No fundo, a vida de santificação proposta pela Igreja tem por finalidade e esperança últimas à salvação [41] e à implementação do Reino de Deus [32][42].

A Igreja ensina também que todos os não-católicos que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade", podem conseguir a salvação [43].

Eclesiologia

Ver artigos principais: Igreja, Eclesiologia e Quatro marcas da Igreja.
A Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino de Deus" (cf. Mt 16, 17-20).

A Igreja Católica define-se pelas palavras do Credo Niceno-Constantinopolitano, como:

  • «santa» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "o Espírito Santo vivificou-a com a caridade" e porque ela é a "Esposa de Cristo"; também porque ela, através dos sacramentos, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de santificação, cujo objectivo final é a salvação, que consiste na vida eterna, na realização final do Reino de Deus e na obtenção da santidade [45].
  • «católica» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo [46][47].
  • «apostólica» porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura [48]. Segundo a Doutrina Católica, todos os Bispos da Igreja são sucessores dos Apóstolos e o Papa, Chefe da Igreja, é o sucessor de São Pedro ("Príncipe dos Apóstolos"), que é a pedra na qual Cristo edificou a sua Igreja.

Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:

  • <<Corpo de Cristo>> porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia [49]. A Igreja Católica acredita que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do Baptismo - constituindo assim numas das bases do ecumenismo actual. Ela defende também que muitos elementos de santificação e de verdade estão também presentes nas Igrejas e comunidades cristãs que não estão em plena comunhão com o Papa [50].
  • <<Esposa de Cristo>> porque o próprio Cristo "Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus" [51].
  • <<Templo do Espírito Santo>> porque o Espírito Santo reside na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas" [52].

Divergências com as outras Igrejas cristãs

A doutrina da Igreja Ortodoxa é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas diferenças significativas dizem respeito ao filioque, ao entendimento um pouco divergente da salvação e do arrependimento e principalmente à compreensão do papel e função do Papa na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de infalibilidade quando fala ex cathedra.

Em relação às Igrejas protestantes, as diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da Eucaristia, dos outros sacramentos (a maioria dos protestantes só professam o Baptismo e a Eucaristia), à existência do purgatório, à composição do Cânone das Escrituras e ao culto de veneração à Virgem Maria e aos santos. Há também diferenças importantes na doutrina do pecado original e da graça, na necessidade e natureza da penitência e no modo de obter a redenção, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação, mas o diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação, bem como com os anglicanos e outros.

Nas últimas décadas milhares de grupos religiosos têm sido fundados visando atrair sobre si o título de verdadeira e única Igreja de Cristo. A Igreja Católica também reclama para si tal título, alegando que o apóstolo São Pedro foi instituido primeiro Papa pelo próprio Jesus Cristo, tomando como base uma interpretação livre, mas questionável, da Bíblia Sagrada, uma que vez que este livro foi compilado na Igreja Católica.

Dez Mandamentos e a Moral

Existem várias representações dos Dez Mandamentos, que é a base e o mínimo fundamental da Lei moral (ou Lei de Deus), devido à diversidade de traduções existentes. A mais utilizada é aquela ensinada actualmente na catequese de língua portuguesa da Igreja Católica:

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas.
  • 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda.
  • 4º Honrar pai e mãe.
  • 5º Não matar.
  • 6º Guardar castidade nas palavras e nas obras.
  • 7º Não roubar.
  • 8º Não levantar falsos testemunhos.
  • 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias.

Segundo a doutrina católica sobre os Dez Mandamentos, eles são de observância e cumprimento obrigatórios, porque "enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo" e dão a conhecer também a vontade divina sobre a conduta moral dos homens [53].

Sacramentos

O baptismo de uma criança.

Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus, são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a graça santificadora sobre quem os recebe. Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos»" [54].

Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do Espírito Santo, "o perdão dos pecados, [...] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a ". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica [55]. Ao todo, a Igreja Católica tem sete sacramentos:

  • Baptismo é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o baptismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmulta: "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o baptismo será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que complete os rituais do sacramento, como a unção com o Crisma e com o óleo dos catecúmenos).
  • Confissão, Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus).
  • Eucaristia (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra e renova o mistério pascal de Cristo, actualizando e renovando assim a salvação da humanidade [56]. Por isso, recebe também o nome de Santíssimo Sacramento. Este sacramento está associado também à transubstanciação, que é a crença de que, após a consagração, o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, sob as aparências de pão e vinho.
  • Na Confirmação ou Crisma, o Espírito Santo, que é recebido no baptismo é "fortalecido e aprofundado" [57] através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do Crisma. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do Crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo.
  • Sagrado matrimónio é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um homem e uma mulher, constituindo assim uma família. Segundo a tradição católica, com base no Evangelho de São Marcos, o casamento é indissolúvel. Só é permitido um segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especias de nulidade do casamento.
  • As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o clero, através da consagração das mãos com o santo óleo do Crisma e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um voto de castidade enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde o Concílio Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de sacerdote e o de bispo.
  • A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o viático para a hora da morte.

Cinco Mandamentos da Igreja Católica

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja Católica (não confundir com os Dez Mandamentos da Lei de Deus), na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo "dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, uma contribuição segundo as possibilidades de cada um, e não uma taxação ou imposto sobre os rendimentos.

Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja são:[58]

  1. Participar na Missa, aos domingos e festas de guarda e abster-se de trabalhos e actividades que impeçam a santificaçãodesses dias.
    Os dias santos de guarda ou preceito que podem não ser no domingo são dez:[59] [nota 1]
    1 de Janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus;
    6 de Janeiro - Epifania
    19 de Março - Solenidade de São José
    Ascensão de Jesus (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa)
    Corpus Christi (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade)
    29 de Junho - Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.
    15 de Agosto - Assunção de Maria
    1 de Novembro - Dia de Todos-os-Santos
    8 de Dezembro - Imaculada Conceição de Maria
    25 de Dezembro - Natal
  2. Confessar os pecados ao menos uma vez cada ano.
  3. Comungar o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa.
  4. Guardar a abstinência e jejuarnos dias determinados pela Igreja:
    Dias de jejum: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.[60]
    Dias de abstinência de carne ou de qualquer outra comida determinada pela conferência episcopal: todas as sextas-feiras, principalmente as da Quaresma, a não ser que uma solenidade seja numa sexta-feira.[60]
  5. Contribuir para as necessidades materiais da Igreja, segundo as possibilidades.

Estrutura e cargos

Bento XVI, o actual Papa e sucessor do Apóstolo São Pedro.

A Igreja Católica tem uma estrutura altamente hierarquizada, sendo o seu Chefe o Papa. A expressão "Santa Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no governo de toda a Igreja.

A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

  • Presbíteros ou Padres são os colaboradores dos bispos e só têm um nível de jurisdição parcial sobre os fiéis. Alguns deles lideram as paróquiasda sua diocese.
    • Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais.

Todos os ministros sagrados supra-mencionados fazem parte do clero. A Igreja acredita que os seus clérigos são "ícones de Cristo" [63], logo todos eles são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua forma humana, também é homem [64]. Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente [65]. Exceptuando em casos referentes aos diáconos e a padres ordenados pelas Igrejas orientais, todo o clero católico é celibatário [66]. Os clérigos são importantes porque efectuam exclusivamente determinadas tarefas, como a celebração da Missa e dos sacramentos.

Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e Acólito. Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o sacerdócio, é preciso ao católico receber o sacramento da Ordem. Desde o Concílio Vaticano II, os leigos tornaram-se cada vez mais importantes no seio da vida eclesial e gozam de igualdade em relação ao clero, em termos de dignidade, mas não de funções [67].

Dentro da Igreja, existem um grupo de leigos ou de clérigos que decidiram tomar uma vida consagrada e normalmente agrupam-se em ordens religiosas, congregações religiosas ou em institutos seculares, existindo porém aqueles que vivem isoladamente ou até junto dos não-consagrados. Estes movimentos apostólicos têm a sua própria hierarquia e títulos específicos.

Culto e prece

Ver artigos principais: Culto cristão e Oração.
Procissão de Nosso Senhor dos Passos: uma das inúmeras expressões de piedade popular.

Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (latria), existe também o culto de veneração aos Santos (dulia) e à Virgem Maria (hiperdulia). Estes dois cultos, sendo a latria mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da liturgia, que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da piedade popular, que é o culto privado dos fiéis [68][69].

Dentro da liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas de guarda) e a Liturgia das Horas; enquanto que na piedade popular, destacam-se indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas. Apesar de a piedade popular ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos [68][69]. As principais devoções católicas são expressas em "fórmulas de orações" a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), à Virgem Maria e aos Santos (novenas, trezena, Santo Rosário...); em "peregrinações aos luga­res sagrados"; na veneração de medalhas, estátuas, relíquias e imagens sagradas e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria; em procissões; e em outros "costumes populares" [70].

Liturgia

Ver artigos principais: Liturgia católica, Missa e Liturgia das Horas.

O ato de prece mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a liturgia Eucarística, normalmente chamada de Missa. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração oficial e pública do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal". Através dela, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção" [71]. Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos sete sacramentos [68][69], com particular para a Eucaristia, que renova e perpetua "o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus. Por isso, toda a missa centra-se na Eucaristia, porque ela "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume [72].

Jesus, como Cabeça, celebra a liturgia com os membros do seu Corpo, ou seja, com a sua "Igreja celeste e terrestre", constituída por santos e pecadores, por habitantes da Terra e do Céu [71][73]. Cada membro da Igreja terrestre celebra e actua na liturgia "segundo a sua própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual [...]; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça", representando-O no altar. Daí que só os clérigos (exceptuando os diáconos) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da hóstia [74]. Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à Tradição católica, com os vários povos e culturas. Isto constitui uma das razões pela existência das 23 Igrejas sui juris que compõem a Igreja Católica [75].

A missa é celebrada todos os domingos; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono (que lêem sempre as leituras do Evangelho). Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um clérigo. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.

Além da missa, a Liturgia das Horas também é extremamente importante na vida eclesial, porque ela é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta oração consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A Liturgia das Horas, que é uma antecipacão para a celebração eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar, as diversas devoções católicas, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.

Organização por região

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (chamada eparquia nas Igrejas orientais católicas). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, que deriva do termo cátedra (ou cadeira do bispo), que é um dos símbolos principais do seu cargo episcopal. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo (ou eparca) exerce aquilo que é conhecido como poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades eclesiásticas, um bispo tem uma autonomia relativamente grande na administração de uma diocese ou eparquia. Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários ou diocesanos (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas, chamados normalmente de Ordinariato Militar, e são governados por bispos.

Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como províncias eclesiásticas, cada uma das quais é chefiada por um arcebispo metropolitano. Logo, estes arcebispos exercem uma jurisdição e supervisão limitada sobre as dioceses que fazem parte da sua província eclesiástica. Existem também as conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. Porém, a autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no documento Christus Dominus, do Concílio Vaticano II.

As dioceses ou eparquias são subdivididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na sua paróquia. As paróquias são em grande medida autossuficientes e são administradas por um presbítero (o pároco); uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada de "missão".

Para além da sua vasta hierarquia, a Igreja Católica sustenta muitos grupos de monges e frades, não necessariamente ordenados, e religiosas que vivem vidas consagradas, especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.

Igrejas sui juris e seus ritos litúrgicos

A Igreja Católica é actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. A maior de todas elas é a Igreja Católica Latina. As restantes 22 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que pode ser um Patriarca, um Arcebispo maior ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico latino.

As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas de ritos. Os ritos litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe). Antigamente havia muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.

Historicamente, a forma da Missa usada no Rito Romano de 1570 até 1970 (a "Missa Tridentina") era conduzido, na maioria dos países, inteiramente em Latim eclesiástico. Porém, o Concílio Vaticano II (1962-1965) promulgou uma grande revisão do Missal Romano, que agora é celebrada com o padre a voltar para a assembleia (ou o povo), ficando entre eles o altar, e em todos os países na sua língua vernacular (local), além do Latim. Mas, devido às pressões dos católicos tradicionalistas, a partir de 7 de Julho de 2007, através da carta apostólica "Summorum Pontificum", o Papa Bento XVI autorizou os padres a celebrar novamente a Missa Tridentina em latim a pedido dos fiéis.

O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a Divina Liturgia, é conduzido em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavo eclesiástico, o árabe, o romeno, o georgiano e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco e o árabe; a Igreja de Rito Arménio usa o arménio; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o copta e o ge'ez.

Actualmente, a esmagadora maioria dos católicos são de rito latino. Os católicos orientais totalizam somente 16 milhões [76].

Lista

Na lista que se segue, encontra-se enumeradas as 23 Igrejas católicas sui juris, os seus respectivos ritos litúrgicos e a sua respectiva data de fundação (ou de comunhão com a Santa Sé). Esta lista baseia-se no Anuário Pontifício da Santa Sé.

Ritos Ocidentais

São utilizados pela Igreja Católica Latina. Existem vários ritos litúrgicos ocidentais, sendo o mais utilizado o Rito Romano.

Rito Bizantino

É utilizado pelas seguintes Igrejas:

Ritos de Antioquia

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Ritos da Síria oriental (ou da Caldeia)

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Rito Arménio

É utilizado pela Igreja Católica Arménia (1742)

Ritos de Alexandria

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Igreja Católica no mundo contemporâneo

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Percentagem de católicos no mundo.

██ 90%-100%

██ 80%-90%

██ 70%-80%

██ 60%-70%

██ 50%-60%

██ 40%-50%

██ 30%-40%

██ 20%-30%

██ 10%-20%

██ 0%-10%

██ Não-disponível

Na sociedade ocidental, mas não ao nível mundial, a Igreja Católica, como muitas outras denominações cristãs, assistiu a um rápido declínio na sua influência global no fim do século XX. Crenças doutrinárias rígidas em matérias relacionadas com a sexualidade humana são pouco atraentes num mundo ocidental secularizado onde a diversidade de práticas sexuais e a igualdade dos sexos são norma.

A Igreja Católica Apostólica Romana, anteriormente influente nesta parte do globo terrestre, perdeu muita da sua influência, principalmente em lugares onde em tempos desempenhou um papel de primeira importância, como o Quebec, a Irlanda ou a Espanha. A generalidade população abraçou a ideia do secularismo e tentou diminuir a influência da Igreja na sociedade. Ao mesmo tempo, no entanto, o Catolicismo, principalmente o latino, vem experimentando uma dramática adesão em África e em partes da Ásia. Ao passo que em tempos os missionários católicos romanos oriundos do Ocidente serviam como padres em igrejas africanas, em finais do século XX havia um número crescente de países ocidentais que já recrutavam padres africanos para contrabalançar a redução nas suas próprias vocações.

Críticas e controvérsias

Martinho Lutero, um grande crítico da Igreja Católica e o Pai da Reforma Protestante [77].

A Igreja Católica, é uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Simultaneamente, ela é uma das mais controversas, porque ela "revela-se muitas vezes [...] em oposição ao que parece ser o conhecimento vulgar dos nossos tempos" e porque ela insiste sempre que "a envolve verdades, que essas verdades envolvem obrigações e que essas obrigações exigem certas escolhas". Por essa razão, a Igreja Católica, "vista do exterior, [...] pode parecer de vistas curtas, mal humorada e atormentadora - o pregador azedo de um infinito rosário de proibições" [78].

Historicamente, as críticas à Igreja Católica já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes consequências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo [77].

Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à hiperdulia, à dulia, à ética católica sobre o casamento (que não aceita o divórcio), sobre a Vida (que não aceita o aborto, a eutanásia, o uso de contraceptivos artificiais e a utilização de células-tronco embrionárias para fins científicos) e sobre a sexualidade (que não aceita o sexo pré-marital, a homossexualidade e o uso de preservativos). Estas questões ético-morais continuam a gerar muitas polémicas e controvérsias [79][80][81]. As acções escandalosas e imorais, que vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex: abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica) reforçaram as críticas referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral.[82][83][84]

Nos tempos modernos, a própria crença em Deus e as inúmeras regras ético-morais da Igreja são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a verdadeira libertação, progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da Bíblia, a vida de Jesus (com particular destaque às teorias sobre Maria Madalena [85]) e a paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do mal e do sofrimento são também questionadas [81]. Recentemente, a questão teológica da "unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]" [86] e a definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo [87] continuam a suscitar várias polémicas e desentendimentos [88]. Apesar destas duas crenças, a doutrina católica nunca negou a salvação aos não-católicos.

Galileu Galilei, um dos símbolos do confronto entre a Igreja Católica e a Ciência.

Questões mais disciplinares da Igreja, como a hierarquia católica, o celibato clerical e a proibição da ordenação sacerdotal às mulheres são também temas muito debatidos na actualidade [81]. Outras controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e actual caso do abuso sexual das crianças por padres [89], as históricas acções opressoras e violentas das Cruzadas e da Inquisição (que perseguiu os hereges, os judeus e alguns cientistas), o seu suposto envolvimento com os regimes não-democráticos e as acções "desatinadas" de alguns missionários católicos durante o período colonial na África, na Ásia e na América [90].

A relação entre a Igreja e a Ciência não foi fácil e está recheada de controvérsias passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias (ex: os casos famosos de Galileu Galilei e do evolucionismo darwiniano). Apesar de a Igreja defender, a partir do século XX, uma reconciliação com a Ciência [90] (aceitando, como por exemplo, a possível veracidade das teorias do Big-Bang e do evolucionismo [91]), ambas as partes continuam a discordarem-se em questões mais teológicas relacionadas com a infalibilidade e a autenticidade da Revelação divina contida nas Escrituras e na Tradição oral; com a negação da existência de Deus e da alma (e da sua imortalidade); com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações éticas da clonagem, da contracepção ou fertilização artificiais, da manipulação genética e do uso de células-tronco embrionárias na investigação científica [92][93].

Algumas das controvérsias já actualmente resolvidas foram, em parte, solucionadas através do reconhecimento por parte da Igreja Católica de que erros graves foram cometidos pelos seus membros. No Jubileu do ano 2000, a Igreja pediu perdão pelos actos que considerou errados cometidos pelos seus membros [90].




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