os nossos animais
Os povos indígenas brasileiros formam um rico e complexo conjunto de crenças e hábitos.
A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos exploradores europeus que aportaram em nossas terras. Segundo os dados presentes em algumas estimativas, a população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes. Entre essa vasta população, observamos o desenvolvimento de civilizações heterogêneas entre as quais podemos citar os xavantes, caraíbas, tupis, jês e guaranis.
Geralmente, o acesso às informações sobre essas populações são bastante restritas. A falta de fontes escritas e o próprio processo de dizimação dessas culturas acabaram limitando as possibilidades de estudo das mesmas. Em geral, o maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas litorâneas do nosso território, onde predominam os povos indígenas pertencentes ao grupo tupi-guarani. Apesar das várias generalizações, relatos do século XVI esclarecem alguns hábitos desse povo.
De acordo com esses registros, os povos tupi-guarani organizavam aldeias que variavam entre os seus 500 e 750 habitantes. A presença da aldeia era temporária e todo o seu contingente era dividido entre seis a dez casas, sendo que cada uma delas poderia variar de tamanho e comprimento de acordo com as necessidades materiais e culturais de cada aldeia. Para buscarem sustento, os tupis desenvolveram a exploração da coleta, da caça, da pesca e, em alguns casos, das atividades agrícolas.
Sob o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo de organização estatal ou hierarquia política que pudesse distinguir seus integrantes. Apesar disso, não podemos ignorar que alguns guerreiros e chefes espirituais eram valorizados pelas habilidades que detinham. Muitas vezes, diferentes tribos mantinham contato entre si em busca da manutenção de alguns laços culturais ou em razão da proximidade da língua falada.
A realização das tarefas cotidianas poderia variar segundo o gênero e a idade de cada um dos integrantes da aldeia. Em suma, as mulheres tinham a obrigação de desenvolver as atividades agrícolas, fabricar peças artesanais, processar os alimentos e cuidar dos menores. Já os homens deveriam realizar o preparo das terras e as atividades de caça e pesca. Tendo outro modelo de organização familiar, os índios organizavam casamentos e, em algumas situações, a poligamia era aceita.
No campo religioso, alguns desses povos acreditavam na existência dos espíritos, na reencarnação dos seus antepassados e na compreensão dos fenômenos naturais como divindades. Em diversas situações, esse corolário de crenças era fonte de explicação para a origem do mundo ou a ocorrência de algum evento significativo. Em alguns casos, os índios praticavam a antropofagia como um importante ritual em que os guerreiros da tribo absorviam a força e as habilidades dos inimigos capturados.
Historicamente, a situação dos índios variou entre quadros de completo abandono, perseguição e miséria. Até meados da segunda metade do século XX, alguns especialistas no assunto acreditavam que a presença dos índios chegaria a um fim. Contudo, estipulados em uma população de aproximadamente um milhão de indivíduos, os indígenas hoje buscam o reconhecimento de seus diretos pelo Estado e ainda sofrem grandes obstáculos no exercício de sua autonomia.
Devido às características naturais do território brasileiro, o assalto à sua natureza sempre permeou sua história, seja ela pré ou pós-colombiana. Nos cinco séculos de povoamento do Brasil, a história pôde vislumbrar a exploração e o quase aniquilamento de uma das mais, ou senão a mais, imponente e diversa floresta do mundo, a Mata Atlântica.
Chegado o século XX, especialmente depois da década de 1970, com o surgimento de preocupações ambientais e do movimento ambientalista em diversos lugares do mundo, de pesquisas cada vez mais abundantes que relacionam a depredação do meio ambiente pelo homem, e suas conseqüências catastróficas no presente, e quem sabe, para o futuro, nem por isso deixou-se de fazer uma exploração sistemática e depredativa da natureza, especialmente no Brasil.
Chega às casas literárias neste mês, o livro de Pedro Martinelli sobre a Amazônia, Gente x Mato, que é um amargo retrato fotografado desta região, e também um recado para o futuro de nossa sociedade.
Martinelli vive na região amazônica desde que tinha 20 anos de idade (hoje têm 58), viajou o mundo fotografando desde mulheres exuberantes a Copas do mundo de futebol, mas sempre volta à Amazônia. Sua fotografia exibe uma Amazônia sem filtros e desnuda a realidade que está em seu foco, desde o índio com pinturas simbolizando a camisa do Vasco da Gama, clube de futebol fluminense, até o desmatamento desenfreado. Seu relato à revista Veja (12 de novembro de 2008) nos remete aos relatos e crônicas dos viajantes europeus do século XVIII e XIX que cruzaram os sertões das Províncias (agora Estados) de São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e tantos outros, só que com a diferença da tecnologia moderna.
Nos seus relatos, diz esse autor, que antigamente o madeireiro ia à procura de árvores exóticas e valorizadas no mercado, meio que amadoramente, quando ouvia ou avistava uma área que tinha muita madeira nobre, colocava 20 ou 30 caboclos dentro da floresta a fazer uma espécie de inventário, de onde se extraia a localização meio imprecisa da quantidade de árvores e se essa região seria economicamente explorável. Hoje, o processo é muito mais rápido e eficiente (o que também atrapalha os planos de fiscalização), o madeireiro espera a florada de “suas” árvores em potencial, por exemplo, o mogno, sobrevoa a região e, guiado sempre por essa florada, vai demarcando em seu GPS a localização destas árvores. Então segue a colocar tratores no barco rumo aos lugares demarcados, onde em seguida o trator adentra na floresta e “arranca tudo numa noite”, segundo ele.
Em outro relato, diz que na região amazônica existem televisores movidos quase que literalmente a tartaruga. Para mover seus geradores, os moradores da região trocam tartarugas (bem como outras caças) por óleo diesel, ao custo de uma tartaruga por litro de óleo, onde duras horas a assistir um programa dominical consomem um litro de óleo, ou seja, uma tartaruga.
Sua constatação é realista e choca pelo grau dessa realidade, pois, na cidade, no “mundo civilizado” é muito bonito, e até está na moda, ficar exclamando discursos prol meio ambiente, falar em sustentabilidade. Mas onde estão os reflexos disso tudo na realidade amazônica? Essa é uma grande questão a se pensar. Vamos “esquentar” a cabeça?
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https://blogs.diariodepernambuco.com.br/tecnologia/?tag=rio-amazonas
Igreja Católica | |
Basílica de São Pedro, no Vaticano | |
A Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal" ou "geral"), chamada também de Igreja Católica Romana [1] e Igreja Católica Apostólica Romana [2], é uma Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos[3], colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro. Seu objetivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus, e concede um papel importante nessa missão à pessoa da Santíssima Virgem Maria (a quem intitulou de "Mãe da Igreja")[4][5]. Para este fim, a Igreja Católica administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo.[6] Atua em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo escolas, universidades, hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam famílias, pobres, idosos e doentes.[6]
A Igreja Católica não pensa como uma Igreja entre outras mas como sendo "A Igreja" estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego. Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos Pais e pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Regida pelo Código de Direito Canónico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde do simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.
Desde o dia 19 de Abril de 2005, a Igreja Católica é liderada pelo Papa Bento XVI. Nesse mesmo ano, ela contava aproximadamente com 1115 milhões de membros [7] (ou seja, mais de um sexto da população mundial[8] e mais da metade de todos os cristãos,[9]), distribuídos principalmente na Europa e nas Américas mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a História da arte é considerável, notadamente na Europa.
A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. Estas Igrejas, apesar de terem a mesma doutrina e fé, possuem uma tradição cultural, histórica, teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das suas 23 Igrejas autónomas e a maior de todas elas [10][11][12].
Índice[esconder] |
A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga instituição ainda em funcionamento. Sua história é integrante à História do Cristianismo e a história da civilização ocidental.[13].
Segundo o Catecismo de São Pio X, a doutrina católica "é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação" e da vida eterna [14]. "As partes principais e mais necessárias da Doutrina [...] são quatro: o Credo, o Pai-Nosso, os Mandamentos e os Sacramentos" [15][16].
A Igreja Católica acredita que todas as coisas que ela acredita foram sendo gradualmente reveladas por Deus através dos tempos (nomeadamente ao longo do Antigo Testamento), atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus Cristo (que anunciou definitivamente o Evangelho à humanidade) [17], que é considerado pelos católicos e cristãos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade [18][19].
Mas, a definição e compreensão da doutrina católica (que é baseada na Revelação divina) é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação e sempre orientada pelo Magistério da Igreja. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de desenvolvimento da doutrina [20]. Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição [21]. A doutrina católica está expressa e resumida no Credo dos Apóstolos, no Credo Niceno-Constantinopolitano e também em variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no Catecismo da Igreja Católica (CIC) e no seu Compêndio (CCIC) [22].
Com os seus estudos teológicos, a Igreja vai-se gradualmente instituindo os seus dogmas, que é a base da sua doutrina, sendo o último dogma (o da Assunção da Virgem Maria) proclamado solenemente apenas em 1950, pelo Papa Pio XII. Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da Santíssima Trindade, que, não violando o monoteísmo, professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em essência, só existe um Deus) e trino (porque está pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuirem a mesma natureza, "são realmente distintas" [23].
Logo, muitas vezes, certas actividades e atributos divinos são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a criação divina do mundo está mais associado a Deus Pai; a salvação do mundo a Jesus, o Filho de Deus; e a protecção, guia, purificação e santificação da Igreja ao Espírito Santo [23].
Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai [24], ele encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação à humanidade inteira, "ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)" [25]; e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus" [26]. Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como Deus [27].
O dogma cristológico ensina que Jesus é a encarnação do Verbo divino, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Messias, Salvador e Bom Pastor da Humanidade [28]. Ele é também «o Filho Unigénito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o único e verdadeiro Sumo Sacerdote [29] e Mediador entre os homens e Deus Pai, chegando mesmo a afirmar que "«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)" [30].
Nas suas muitas pregações, Jesus, ao anunciar o Evangelho, ensinou as bem-aventuranças e insistiu sempre «que o Reino de Deus está próximo» (Mt 10,7). Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o poder, a graça e a misericórdia de Deus era maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus podem salvar os homens [31]. Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua plenitude no fim do mundo, está já presente na Terra através da Igreja, que é a sua semente. No Reino de Deus, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus [32].
A doutrina católica professa também que a salvação do Homem deve-se, para além da graça divina, ao voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus na cruz. Este supremo sacrifício deve-se à vontade e ao infinito amor de Deus, que quis salvar toda a humanidade [33][34]. Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à fé em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a liberdade humana, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador [35][36].
Esta fé cristã "opera pela caridade" ou amor (Gal 5,6), por isso ela obriga o crente a converter-se e a levar uma vida de santificação. Este modo de viver obriga o católico a participar e receber os sacramentos e a "conhecer e fazer a vontade de Deus" [37]. Este último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas obras e também das regras de vida propostas pela Igreja Católica [16][38][39]. Estes mandamentos de amor consistem em amar a Deus acima de todas as coisas (Mt 22,37), amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22,39) e amar uns aos outros como Eu vos amei (Jo 15,10). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento (Mt 22,40) [40]. No fundo, a vida de santificação proposta pela Igreja tem por finalidade e esperança últimas à salvação [41] e à implementação do Reino de Deus [32][42].
A Igreja ensina também que todos os não-católicos que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade", podem conseguir a salvação [43].
A Igreja Católica define-se pelas palavras do Credo Niceno-Constantinopolitano, como:
Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:
A doutrina da Igreja Ortodoxa é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas diferenças significativas dizem respeito ao filioque, ao entendimento um pouco divergente da salvação e do arrependimento e principalmente à compreensão do papel e função do Papa na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de infalibilidade quando fala ex cathedra.
Em relação às Igrejas protestantes, as diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da Eucaristia, dos outros sacramentos (a maioria dos protestantes só professam o Baptismo e a Eucaristia), à existência do purgatório, à composição do Cânone das Escrituras e ao culto de veneração à Virgem Maria e aos santos. Há também diferenças importantes na doutrina do pecado original e da graça, na necessidade e natureza da penitência e no modo de obter a redenção, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação, mas o diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação, bem como com os anglicanos e outros.
Nas últimas décadas milhares de grupos religiosos têm sido fundados visando atrair sobre si o título de verdadeira e única Igreja de Cristo. A Igreja Católica também reclama para si tal título, alegando que o apóstolo São Pedro foi instituido primeiro Papa pelo próprio Jesus Cristo, tomando como base uma interpretação livre, mas questionável, da Bíblia Sagrada, uma que vez que este livro foi compilado na Igreja Católica.
Existem várias representações dos Dez Mandamentos, que é a base e o mínimo fundamental da Lei moral (ou Lei de Deus), devido à diversidade de traduções existentes. A mais utilizada é aquela ensinada actualmente na catequese de língua portuguesa da Igreja Católica:
Segundo a doutrina católica sobre os Dez Mandamentos, eles são de observância e cumprimento obrigatórios, porque "enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo" e dão a conhecer também a vontade divina sobre a conduta moral dos homens [53].
Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus, são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a graça santificadora sobre quem os recebe. Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos»" [54].
Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do Espírito Santo, "o perdão dos pecados, [...] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a fé". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica [55]. Ao todo, a Igreja Católica tem sete sacramentos:
Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja Católica (não confundir com os Dez Mandamentos da Lei de Deus), na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo "dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, uma contribuição segundo as possibilidades de cada um, e não uma taxação ou imposto sobre os rendimentos.
Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja são:[58]
A Igreja Católica tem uma estrutura altamente hierarquizada, sendo o seu Chefe o Papa. A expressão "Santa Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no governo de toda a Igreja.
A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:
Todos os ministros sagrados supra-mencionados fazem parte do clero. A Igreja acredita que os seus clérigos são "ícones de Cristo" [63], logo todos eles são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua forma humana, também é homem [64]. Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente [65]. Exceptuando em casos referentes aos diáconos e a padres ordenados pelas Igrejas orientais, todo o clero católico é celibatário [66]. Os clérigos são importantes porque efectuam exclusivamente determinadas tarefas, como a celebração da Missa e dos sacramentos.
Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e Acólito. Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o sacerdócio, é preciso ao católico receber o sacramento da Ordem. Desde o Concílio Vaticano II, os leigos tornaram-se cada vez mais importantes no seio da vida eclesial e gozam de igualdade em relação ao clero, em termos de dignidade, mas não de funções [67].
Dentro da Igreja, existem um grupo de leigos ou de clérigos que decidiram tomar uma vida consagrada e normalmente agrupam-se em ordens religiosas, congregações religiosas ou em institutos seculares, existindo porém aqueles que vivem isoladamente ou até junto dos não-consagrados. Estes movimentos apostólicos têm a sua própria hierarquia e títulos específicos.
Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (latria), existe também o culto de veneração aos Santos (dulia) e à Virgem Maria (hiperdulia). Estes dois cultos, sendo a latria mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da liturgia, que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da piedade popular, que é o culto privado dos fiéis [68][69].
Dentro da liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas de guarda) e a Liturgia das Horas; enquanto que na piedade popular, destacam-se indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas. Apesar de a piedade popular ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos [68][69]. As principais devoções católicas são expressas em "fórmulas de orações" a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), à Virgem Maria e aos Santos (novenas, trezena, Santo Rosário...); em "peregrinações aos lugares sagrados"; na veneração de medalhas, estátuas, relíquias e imagens sagradas e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria; em procissões; e em outros "costumes populares" [70].
O ato de prece mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a liturgia Eucarística, normalmente chamada de Missa. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração oficial e pública do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal". Através dela, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção" [71]. Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos sete sacramentos [68][69], com particular para a Eucaristia, que renova e perpetua "o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus. Por isso, toda a missa centra-se na Eucaristia, porque ela "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume [72].
Jesus, como Cabeça, celebra a liturgia com os membros do seu Corpo, ou seja, com a sua "Igreja celeste e terrestre", constituída por santos e pecadores, por habitantes da Terra e do Céu [71][73]. Cada membro da Igreja terrestre celebra e actua na liturgia "segundo a sua própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual [...]; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça", representando-O no altar. Daí que só os clérigos (exceptuando os diáconos) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da hóstia [74]. Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à Tradição católica, com os vários povos e culturas. Isto constitui uma das razões pela existência das 23 Igrejas sui juris que compõem a Igreja Católica [75].
A missa é celebrada todos os domingos; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono (que lêem sempre as leituras do Evangelho). Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um clérigo. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.
Além da missa, a Liturgia das Horas também é extremamente importante na vida eclesial, porque ela é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta oração consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A Liturgia das Horas, que é uma antecipacão para a celebração eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar, as diversas devoções católicas, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (chamada eparquia nas Igrejas orientais católicas). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, que deriva do termo cátedra (ou cadeira do bispo), que é um dos símbolos principais do seu cargo episcopal. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo (ou eparca) exerce aquilo que é conhecido como poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades eclesiásticas, um bispo tem uma autonomia relativamente grande na administração de uma diocese ou eparquia. Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas arquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um arcebispo. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários ou diocesanos (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas, chamados normalmente de Ordinariato Militar, e são governados por bispos.
Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como províncias eclesiásticas, cada uma das quais é chefiada por um arcebispo metropolitano. Logo, estes arcebispos exercem uma jurisdição e supervisão limitada sobre as dioceses que fazem parte da sua província eclesiástica. Existem também as conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. Porém, a autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no documento Christus Dominus, do Concílio Vaticano II.
As dioceses ou eparquias são subdivididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na sua paróquia. As paróquias são em grande medida autossuficientes e são administradas por um presbítero (o pároco); uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada de "missão".
Para além da sua vasta hierarquia, a Igreja Católica sustenta muitos grupos de monges e frades, não necessariamente ordenados, e religiosas que vivem vidas consagradas, especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os membros de algumas ordens religiosas são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.
A Igreja Católica é actualmente constituída por 23 Igrejas autônomas sui juris, todas elas em comunhão completa e subordinadas ao Papa. A maior de todas elas é a Igreja Católica Latina. As restantes 22 Igrejas sui juris, conhecidas colectivamente como "Igrejas Católicas do Oriente", são governadas por um hierarca que pode ser um Patriarca, um Arcebispo maior ou um Metropolita. A Cúria Romana administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico latino.
As Igrejas sui iuris ou sui juris utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de Sés tradicionais de importância histórica), chamadas de ritos. Os ritos litúrgicos principais são o Romano, o Bizantino, o de Antioquia, o Alexandrino, o Caldeu e o Arménio. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o Rito Ambrosiano, o Rito Bracarense e o Rito Moçárabe). Antigamente havia muitos outros ritos litúrgicos ocidentais, que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do Concílio de Trento.
Historicamente, a forma da Missa usada no Rito Romano de 1570 até 1970 (a "Missa Tridentina") era conduzido, na maioria dos países, inteiramente em Latim eclesiástico. Porém, o Concílio Vaticano II (1962-1965) promulgou uma grande revisão do Missal Romano, que agora é celebrada com o padre a voltar para a assembleia (ou o povo), ficando entre eles o altar, e em todos os países na sua língua vernacular (local), além do Latim. Mas, devido às pressões dos católicos tradicionalistas, a partir de 7 de Julho de 2007, através da carta apostólica "Summorum Pontificum", o Papa Bento XVI autorizou os padres a celebrar novamente a Missa Tridentina em latim a pedido dos fiéis.
O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a Divina Liturgia, é conduzido em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de Rito Bizantino usam o grego, o eslavo eclesiástico, o árabe, o romeno, o georgiano e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o siríaco e o árabe; a Igreja de Rito Arménio usa o arménio; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o copta e o ge'ez.
Actualmente, a esmagadora maioria dos católicos são de rito latino. Os católicos orientais totalizam somente 16 milhões [76].
Na lista que se segue, encontra-se enumeradas as 23 Igrejas católicas sui juris, os seus respectivos ritos litúrgicos e a sua respectiva data de fundação (ou de comunhão com a Santa Sé). Esta lista baseia-se no Anuário Pontifício da Santa Sé.
São utilizados pela Igreja Católica Latina. Existem vários ritos litúrgicos ocidentais, sendo o mais utilizado o Rito Romano.
É utilizado pelas seguintes Igrejas:
São utilizados pelas seguintes Igrejas:
São utilizados pelas seguintes Igrejas:
É utilizado pela Igreja Católica Arménia (1742)
São utilizados pelas seguintes Igrejas:
Na sociedade ocidental, mas não ao nível mundial, a Igreja Católica, como muitas outras denominações cristãs, assistiu a um rápido declínio na sua influência global no fim do século XX. Crenças doutrinárias rígidas em matérias relacionadas com a sexualidade humana são pouco atraentes num mundo ocidental secularizado onde a diversidade de práticas sexuais e a igualdade dos sexos são norma.
A Igreja Católica Apostólica Romana, anteriormente influente nesta parte do globo terrestre, perdeu muita da sua influência, principalmente em lugares onde em tempos desempenhou um papel de primeira importância, como o Quebec, a Irlanda ou a Espanha. A generalidade população abraçou a ideia do secularismo e tentou diminuir a influência da Igreja na sociedade. Ao mesmo tempo, no entanto, o Catolicismo, principalmente o latino, vem experimentando uma dramática adesão em África e em partes da Ásia. Ao passo que em tempos os missionários católicos romanos oriundos do Ocidente serviam como padres em igrejas africanas, em finais do século XX havia um número crescente de países ocidentais que já recrutavam padres africanos para contrabalançar a redução nas suas próprias vocações.
A Igreja Católica, é uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Simultaneamente, ela é uma das mais controversas, porque ela "revela-se muitas vezes [...] em oposição ao que parece ser o conhecimento vulgar dos nossos tempos" e porque ela insiste sempre que "a fé envolve verdades, que essas verdades envolvem obrigações e que essas obrigações exigem certas escolhas". Por essa razão, a Igreja Católica, "vista do exterior, [...] pode parecer de vistas curtas, mal humorada e atormentadora - o pregador azedo de um infinito rosário de proibições" [78].
Historicamente, as críticas à Igreja Católica já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes consequências, como as contestações morais e teológicas de Martinho Lutero no século XVI, que levaram ao nascimento do protestantismo [77].
Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à hiperdulia, à dulia, à ética católica sobre o casamento (que não aceita o divórcio), sobre a Vida (que não aceita o aborto, a eutanásia, o uso de contraceptivos artificiais e a utilização de células-tronco embrionárias para fins científicos) e sobre a sexualidade (que não aceita o sexo pré-marital, a homossexualidade e o uso de preservativos). Estas questões ético-morais continuam a gerar muitas polémicas e controvérsias [79][80][81]. As acções escandalosas e imorais, que vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex: abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica) reforçaram as críticas referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral.[82][83][84]
Nos tempos modernos, a própria crença em Deus e as inúmeras regras ético-morais da Igreja são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a verdadeira libertação, progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da Bíblia, a vida de Jesus (com particular destaque às teorias sobre Maria Madalena [85]) e a paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do mal e do sofrimento são também questionadas [81]. Recentemente, a questão teológica da "unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]" [86] e a definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo [87] continuam a suscitar várias polémicas e desentendimentos [88]. Apesar destas duas crenças, a doutrina católica nunca negou a salvação aos não-católicos.
Questões mais disciplinares da Igreja, como a hierarquia católica, o celibato clerical e a proibição da ordenação sacerdotal às mulheres são também temas muito debatidos na actualidade [81]. Outras controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e actual caso do abuso sexual das crianças por padres [89], as históricas acções opressoras e violentas das Cruzadas e da Inquisição (que perseguiu os hereges, os judeus e alguns cientistas), o seu suposto envolvimento com os regimes não-democráticos e as acções "desatinadas" de alguns missionários católicos durante o período colonial na África, na Ásia e na América [90].
A relação entre a Igreja e a Ciência não foi fácil e está recheada de controvérsias passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias (ex: os casos famosos de Galileu Galilei e do evolucionismo darwiniano). Apesar de a Igreja defender, a partir do século XX, uma reconciliação com a Ciência [90] (aceitando, como por exemplo, a possível veracidade das teorias do Big-Bang e do evolucionismo [91]), ambas as partes continuam a discordarem-se em questões mais teológicas relacionadas com a infalibilidade e a autenticidade da Revelação divina contida nas Escrituras e na Tradição oral; com a negação da existência de Deus e da alma (e da sua imortalidade); com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações éticas da clonagem, da contracepção ou fertilização artificiais, da manipulação genética e do uso de células-tronco embrionárias na investigação científica [92][93].
Algumas das controvérsias já actualmente resolvidas foram, em parte, solucionadas através do reconhecimento por parte da Igreja Católica de que erros graves foram cometidos pelos seus membros. No Jubileu do ano 2000, a Igreja pediu perdão pelos actos que considerou errados cometidos pelos seus membros [90].